sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A liberdade que você se dá




Imagine por um momento que não há ninguém no mundo exceto você, como você se sentiria?

Acredito que não existe ninguém que não tenha pensado nisso pelo menos uma vez.




Como seria sua vida, se não “houvesse ninguém”pra te criticar, te julgar, ou pra você dar satisfação. Nenhuma “opinião pública” ou sociedade pra te dizer o que fazer e o que sentir? Você se sentiria livre. Capaz de viver e ser aquilo que você quisesse e quando quisesse. Essa é a verdadeira liberdade.

Certa vez quando perguntaram a um monge tibetano como ele se sentia com a repressão chinesa, ele respondeu “aqui dentro (da cabeça) eu continuo livre”.

Pois é isso mesmo. Só sua cabeça pode te prender ou te deixar livre. Pessoas que viveram muitos anos em cativeiro, têm muitas dificuldades de viverem livres depois de libertadas.

Nós todos somos assim. Nós nos prendemos dentro de nós mesmos, pelo medo de nos assumirmos como responsáveis por nossas escolhas. Vivemos como se estivessemos dentro de um Big Brother maluco onde “todo mundo” está assistindo a gente e qualquer vacilo, você tá fora do jogo.

Tem gente que não relaxa nem "durante o rala e rola", fantasiando que a qualquer momento a mãe, o pai ou um padre vai se materializar no quarto e cortar o barato. Muitas vezes nos justificamos para os outros sem sermos inquiridos, nos desculpamos sem termos sido acusados, nos punimos sem termos sido julgados...

E onde isso leva? A aniquilação do seu verdadeiro Eu, daquela pessoa que é de um certo jeito e faz as coisas de um certo modo. Porque essa pessoa está apavorada demais com a crença de que os outros tem poder sobre ela.

Não somos mais nem menos poderosos que os outros, e os outros por consequência, não são nem mais nem menos poderosos que a gente. Existe um equilibrio de forças que só é desestabilizado quando nossa cabeça cisma (porque aprendeu assim) que a opinião do outro é mais importante que a nossa.

Fantasiamos um mundo onde todo mundo esta dentro da gente, quando na verdade só existe lugar pra uma pessoa aqui dentro, que é a gente mesmo. Ninguém tem esse poder - nem mãe, nem pai, nem família, nem amigos, nem a opinião pública.

As normas e regras sociais só são realmente válidas, se você as seguir com bom senso, se dando espaço pra ser você mesmo, caso contrário essas regras não vão ajuda-lo a sustentar uma cabeça boa, e você vai sofrer.

Pois muitas coisas que a sociedade teima em dar palpite, não é ela quem decide, é você mesmo ae dentro. Por isso não permita essa invasão, pois ela tem consequências. Você é quem sabe quem quer amar, qual roupa ou corte de cabelo gosta de usar, o que quer ou não comer, assistir, ouvir, falar, fazer...

Isso é sua responsa! Mesmo que a sociedade castradora tente te estimular a ser mais um fracassado profissional, resista! Você sabe que essa maneira vitimista é o caminho mais rápido pra sua ruína total, pois quem vive pela cabeça do outro, por ela será julgado e também punido.

Não deixe a cabeça dos outros fazer a sua cabeça. Pondere sobre tudo, experiemente e use antes de aprovar qualquer ideia, por mais bonitinha ou lógica que ela pareça.

Faça seu próprio “test-drive”. Faça você mesmo seus atalhos. Assuma o leme da sua nau – esse é o sentimento real da liberdade.

Certa vez ao ser perguntado sobre o que era seu maior medo numa viagem, o aventureiro Amyr Klink disse; “É o medo dela não acontecer”.

Por isso mesmo a “liberdade” é um dos sentimentos mais fortes do ser humano, porque ele vem da alma. Se dê uma chance de ser feliz. Liberte-se! E pra começar liberte-se de você mesmo...

Renato Palhano