domingo, 6 de janeiro de 2013

Existe Alguém Que Você Acha Que Deveria Mudar?



Atendo todos os tipos de pessoas com os mais diversos problemas. Boa parte das vezes o cliente percebe como sendo sua fonte de sofrimento o comportamento de pessoas próximas nos seus relacionamentos.




"Meu marido bebe muito. Queria que ele mudasse. Ele causa muito sofrimento para mim e para a minha família". "Meu chefe é muito grosseiro e não reconhece meu trabalho. Isso tem me deixado muito estressado". "Minha mãe é muito controladora, eu não aguento mais".

A maioria desses clientes tem um desejo em comum, consciente ou inconsciente. Eles querem que o outro mude para que eles possam, finalmente, serem mais felizes. Querem que o marido pare de beber, que o chefe deixe de ser estúpido, que a mãe pare de ser controladora. Acham que somente dessa maneira poderão ficar em paz.

Muitos tentam através de conselhos, brigas e críticas fazer com que o outro enxergue seus erros e mude o seu comportamento. Esse método nunca funciona e, frequentemente, provoca o efeito contrário. O outro lado se defende, se justifica, fica com raiva e acusa de volta dizendo que você é quem está errado e que deve mudar. Nesse jogo, cada um sai mais convencido de que está certo e todos ficam cada vez mais infelizes.

Tive uma cliente que brigou vinte anos com a mãe para que ela deixasse de ser tão preocupada e invasiva. Nunca conseguiu mudar a mãe. Outro cliente era um homem bem sucedido que queria que seu filho mais velho fosse mais ousado, arriscasse mais para que pudesse crescer financeiramente. Ficava irritado com o filho que, por sua vez, sofria com as pressões do pai, mas não conseguiu modificá-lo, mesmo tentando por 10 anos. O filho também tinha o mesmo desejo de modificar o pai para que ele o aceitasse da forma que era.

Se esses métodos não funcionam, nos deixam cansados, irritados e estressados, por que será que continuamos a insistir neles? Algumas crenças estão por trás desse comportamento. Vamos ver algumas delas.

A crença de que se eu não reclamar a pessoa nunca vai mudar e, se eu reclamar bastante, algum dia o outro muda. A reclamação é vista como uma forma de pressão que realmente funciona, apesar da realidade provar o contrário. É incrível como passamos anos a fio utilizando uma metodologia que não dá resultado e nos provoca sofrimento, e não conseguimos enxergar e abandonar essa forma de agir.

A crença de que se eu não reclamo, estou concordando com as ações do outro. Se o meu marido bebe e eu não reclamo, estou sendo conivente, cúmplice e, em algum nível, é como se eu aprovasse o que ele faz. Ao acreditar nesses pensamentos, faremos o possível para mostrar toda a nossa discordância e reprovação. Criamos estresse para nós mesmos. O que importa é: o outro está mudando por causa disso ou só tem causado ainda mais sofrimento?

A crença de que eu sei o que é melhor para outro. "Quero que meu filho ganhe mais, pois é assim que deve ser e isso é o melhor. Eu acredito nisso para mim, então, tem que ser verdadeiro para ele também. Eu sei o que é melhor, mas ele não vê. Preciso fazê-lo enxergar essa verdade." Esses pensamentos nos fazem agir de forma arrogante e prepotente. O outro se sente subestimado, fica com raiva, se defende e ataca de volta. Agimos dessa forma achando que é por amor, para melhorar a vida do outro, mas nesse processo estamos causando sofrimento constantemente.

A crença de que eu preciso que os outros mudem para que eu fique em paz. Essa é a principal. Na verdade, só teremos uma necessidade que o outro mude porque, de alguma forma, nós estamos sofrendo. Se estivermos plenamente em paz, podemos até desejar que o outro mude alguma coisa por percebermos que ele está sofrendo, mas não precisaremos impor nosso ponto de vista ou tentar convencer a todo custo. Quando nossas ações e palavras estão contaminadas pelos nossos medos e outros sentimentos negativos, acabaremos por causar mais sofrimento.

Existe uma diferença enorme entre desejar com amor e desapego que o outro mude, e sentir uma necessidade que o outro mude. A primeira forma não nos traz sofrimento. Já a segunda forma é uma fonte enorme e desnecessária de desgaste emocional.

Ao realizar o trabalho com a EFT, trabalhamos somente as nossas emoções de raiva, impotência, mágoa, frustração. Não temos como mudar o comportamento de outras pessoas, mas ao dissolver essas emoções que carregamos, ficamos em paz independente da mudança do outro e, portanto, surge o desapego. É uma libertação enorme.

Boa parte das vezes, depois de dissolvermos profundamente nossas emoções negativas, vamos perceber que a forma de ser e agir da outra pessoa não tem nada que precise ser mudado.

Foi o que aconteceu quando atendi o caso do pai que pensava que o filho deveria ter mais dinheiro. Depois de uma sessão de EFT, ele ficou em paz e parou de sentir que o filho tinha que ser "mais bem sucedido". O resultado é que a relação dos dois melhorou bastante. Ele percebeu que era uma preocupação inútil, que depois ficou claro que era uma repetição de comportamento dos seus pais. Ele também havia sido pressionado para ter muito sucesso profissional. O que antes ele achava que era necessário modificar, passou a entender que era apenas uma projeção baseada em velhas crenças. Tudo isso era feito "por amor".

Outras vezes vamos perceber que se estamos em um relacionamento que não é saudável, nós é que precisamos nos posicionar de forma diferente ao invés de esperar que o outro mude. Não fizemos isso ainda por conta de problemas na nossa autoestima. Precisamos, então, melhorar esse aspecto para que seja possível mudar nossas ações e nos fazer respeitar. Já em alguns casos, chegaremos a uma conclusão que o melhor para todos é o afastamento. E tudo isso pode ser feito sem trauma, sem raiva, sem lamentação e com um profundo sentimento de compreensão e aceitação.

Invariavelmente, a conclusão que se chega é: quem tem que mudar sou eu. Se eu estou sofrendo, estressado querendo modificar o outro, eu sou a pessoa que precisa mudar, mas só se eu quiser parar de sofrer. O que preciso mudar? Os meus sentimentos. Dissolver a raiva, medo, impotência, ressentimento e necessidade que e outro mude. Isso é o que realmente nos deixa estressados. Preciso melhorar a minha autoestima e agir diferente. O outro só mudará se quiser, no dia que quiser.

Ao dissolvermos essa negatividade, nosso objetivo é alcançado: ficar em paz. Antes achávamos que isso dependia do outro, mas agora vemos que só poderemos encontrar esse estado da forma mais profunda e verdadeira, trabalhando nossos próprios sentimentos.

André Lima


EFT Practitioner, Terapeuta Holístico, Mestre de Reiki e Engenheiro.

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