segunda-feira, 29 de julho de 2013

Boas Intenções Não Bastam







A mente moderna tem uma autoestima indignamente alta; ela é arrogante na crença de poder simplesmente "decidir"o que quer, depois fazer com que aconteça.








No entanto, pensamos nas coisas que recaem fora de seu alcance:o fim do sofrimento desnecessário , a paz mundial, um planeta.

Porque, em um mundo tão cheio de gênios, a sombra ainda espreita e causa tantos problemas? Uma das razões para que o mundo moderno continue sob o efeito da sombra é que ele falha ao reconhecer as raízes metafísicas dela.

O mal é uma energia, assim como o amor. Ele surge a partir do medo, e o medo vem da ausência do amor. Tentar erradicar a escuridão só com meios materiais é lidar com o efeito, e não a causa. Você pode cortar uma verruga, mas ela crescerá de novo se a raiz não for queimada. E as raí­zes do mal não são materiais.

Mas há uma diferença entre a energia imaterial que é simplesmente mental e o tipo que é espiritual. Hoje em dia, muita gente tem uma visão presunçosa do poder da "intenção". Mas, na verdade, suas boas intenções não bastam.

Para os alcoólatras, sim­plesmente pretender não beber mais, não funciona; apenas pretender ser um cônjuge melhor, não é o bastante, quan­do o necessário é uma mudança efetiva de comportamento.

No entanto, às vezes, a mudança de comportamento que se faz premente não é fácil de realizar.Uma mera intenção de melhorar pode ser sobrepujada pelo poder da sombra. A sombra pode superar nossas melhores intenções e somente o amor pode superar a sombra.

A toca da sombra não está em sua mente consciente, mas em seu subconsciente. Você não decide, conscientemente, to­mar uma atitude tola. Você não decide, conscientemente, dizer algo que fará seu cônjuge odiá-lo. Você não decide consciente­mente se embebedar no casamento de sua filha e estragar tudo.

A única forma de superar a sombra é nos tornarmos nosso verdadeiro self, e o que for preciso fazer para chegarmos a esse lugar é, na essência, uma experiência de religiosidade interior; para algumas pessoas, essa é uma expe­riência na igreja, na sinagoga, na mesquita ou em um santuário; para alguns, essa é uma experiência da natureza; para outros, é a experiência de segurar o filho nos braços pela primeira vez.

A questão não é o que nos leva à experiência, mas o que nos acontece ao chegarmos lá. Algo muda dentro de nós depois de regressarmos ao âmago de nosso ser, ainda que só por um ins­tante. Isso nos dá um gostinho do que é possível dentro de nós e ao redor.

Ergue-se o véu que encobre a realidade do amor, a extensão de nosso verdadeiro poder. Uma vez que estejamos realinhados com nossa natureza essencial, teremos o poder para fazer a sombra desaparecer. Sempre que nosso coração estiver aberto, a escuridão é repelida pela luz.

Enquanto isso — seja num remédio que não inclua uma perspectiva holística, uma religião que não inclua amor, uma terapia que não inclua um poder superior, ou um relacionamento que não inclua uma dimensão sagrada —, a sombra irá pairar ao redor da porta, até algum momento em que o medo apareça. Então,quando acon­tecer, ela penetrará por entre a escuridão e fincará uma estaca no coração do sonho de alguém.

Marianne Williamson




 Fonte: Extraído do Livro "O Efeito Sombra"