A criança nasce sem qualquer medo de ser julgada. E é por isso que ela consegue aprender a andar, a falar e fazer as coisas mais incríveis que, às vezes, pra nós parecem até impossíveis que um ser tão pequeno seja capaz de aprender.
Imagine se a criança que está aprendendo a andar tivesse o mesmo medo de errar e de se frustrar que tem um adulto. Ao tentar os primeiros passos e não conseguir, ela ficaria triste e desmotivada. E se levasse uma queda, sentiria vergonha e uma tendência em abandonar a prática. Assim, seria muito difícil que realmente conseguisse aprender a andar algum dia.
Ainda bem que a criança não age assim. Ela tenta, cai, tenta de novo, e de novo, e de novo... Até conseguir. Não há desistência, ela nem pensa nessa possibilidade. E, no começo, a criança não tem ideia de como vai chegar ao resultado final, ela também nem fica pensando ou se preocupando com isso. E, por isso, ela tenta mesmo assim, focando apenas no momento presente. E as coisas acabam se encaixando, uma depois da outra, e quando menos se espera, está andando. Parece um milagre.
O mesmo processo acontece com a fala e com tantas outras coisas absolutamente novas para a criança. Por isso, as pessoas dizem que é mais fácil para as crianças aprender coisas novas. Não creio que seja uma capacidade extra que elas têm, é simplesmente por não ter medo de errar e ser julgada.
À medida que crescemos, esses medos vão aparecendo e se tornando mais intensos e acabam por nos atrapalhar a dar os primeiros passos em coisas simples ou mais complexas. Surge, então, o perfeccionismo, que nada mais é do que a tentativa de fazer tudo certo e perfeito para evitar críticas e opiniões desfavoráveis ao nosso respeito. E como não é possível fazer tudo perfeito, a solução para muitos é deixar de tentar.
É uma fuga, uma maneira de se proteger pra não ter que entrar em contato com os julgamentos e críticas que acordam as nossas inseguranças. Tem a ver com necessidade de aprovação e aceitação. Tudo isso opera em um nível profundo e inconsciente. Por isso mesmo é bom trazer esses mecanismos à tona pra que eles possam se tornar conscientes e mais fáceis de serem detectados, questionados e curados.
Vejam quantos adultos não conseguem aprender a falar uma língua estrangeira como o inglês. A maior parte da dificuldade está no campo emocional, nos medos de errar e ser julgado. Se tivéssemos o mesmo desprendimento da criança, a tarefa se tornaria muito mais fácil.
Acharíamos muito estranho se víssemos uma criança com medo de tentar andar, ou desistindo de aprender a falar. Ninguém entenderia isso. Qualquer adulto chegaria pra essa criança e diria: continue tentando, você vai aprender, é só persistir mais um pouco, todas as crianças aprendem, você vai aprender também. Entretanto, achamos normal que os adultos desistam ou não tentem coisas novas, e não somos capazes de dizer essas palavras para nós mesmos.
Esses medos são travas invisíveis que moldam o tempo inteiro o nosso comportamento. E o que fazemos normalmente é ignorar esses sentimentos. De tão normais que eles nos parecem, acabam passando completamente despercebidos.
Imagine se você não tivesse, absolutamente, nenhum medo de errar, medo do julgamento, ou medo do que as pessoas poderiam pensar a seu respeito? Como seria a sua vida? Que coisas novas você faria? Que habilidades teria desenvolvido? Que projetos pessoais e profissionais você teria colocado em prática? Que oportunidades teria aproveitado? Quantas coisas a mais teria feito na vida, e quantas outras teria deixado de fazer? Certamente, a vida ficaria bem mais plena e divertida.
Quando comecei a escrever artigos, o medo do que as pessoas pudessem pensar ou criticar era tão grande que o trabalho se tornava muito tenso. Eram horas escrevendo, reescrevendo um texto. Como se eu quisesse deixar perfeito pra não sofrer nenhuma crítica, o que eu sabia que era impossível.
É possível produzir esse efeito libertador dos julgamentos ao trabalhar nossos sentimentos com a *EFT (técnica para autolimpeza emocional, veja como receber um manual gratuito no final do artigo), pois ela tem um poder muito grande de dissolver medos e outras emoções negativas. E, assim, você consegue viver melhor a vida do jeito que você realmente quer, e não a vida que os seus medos lhe impõe.
Lembro-me de quando eu resolvi sair da engenharia e comecei a trabalhar como terapeuta. De uma maneira, que eu não sei bem como aconteceu, fiquei livre de todo o medo do que a família, os amigos, a sociedade poderia pensar a respeito da minha decisão, apesar de nunca ter sido uma pessoa tão segura assim. Mas nesse caso foi dessa forma. Eu me senti tão livre que foi fácil assumir o novo caminho. Claro que houveram vários outros desafios na transição, mas ficou tudo muito mais leve sem o medo do julgamento. Muitas pessoas ficam presas a vida toda, fazendo o que não gostam quando já sabem qual caminho poderiam seguir.
André Lima
EFT Practitioner, Terapeuta Holístico, Mestre de Reiki e Engenheiro.
Fonte: Somos Todos Um