Recebi uma pergunta de uma leitora que fazia este questionamento: "Se conheço os defeitos que tenho, estou ciente das formas nocivas de me comportar; por que então não consigo mudar? Por que tenho que fazer tanto esforço, muitas vezes em vão? Por que continuo repetindo os mesmos erros, comportamentos e formas de reagir que só me trazem sofrimento? Quando não estamos conscientes do defeito, eu até entendo que não dá para mudar, mas vejo muitas pessoas que sabem o que precisa melhorar, e que simplesmente não conseguem. Por que é assim?".
Isso ocorre por que tentamos mudar utilizando a parte intelectual, enquanto o nosso comportamento não é dirigido pela mente racional. Se fosse era só ter a vontade de mudar, e a pessoa mudaria. E assim ninguém entraria em um relacionamento destrutivo (aliás, nem haveria pessoas com comportamento destrutivo); todos fariam exercícios e se alimentariam de forma adequada (afinal, todo mundo sabe intelectualmente que isso é importante), ninguém usaria drogas, não haveria procrastinação (adiar coisas que temos que fazer), não existiria autossabotagem.
Para
entender melhor, é preciso observar que existem duas forças que atuam
sobre o nosso comportamento e forma de reagir. Existe a parte
intelectual e racional consciente, e existe outra parte emocional e
inconsciente.
A
parte intelectual tem certa influência sobre o nosso comportamento, mas
esta é pequena. O que tem grande força é a parte emocional
inconsciente. É desse inconsciente que surgem os impulsos dos
comportamentos negativos. Primeiro surge o impulso, somente depois a
mente racionaliza o impulso. E quanto mais negatividade temos acumulada
em nosso interior, mais negativos serão nossos pensamentos e
comportamentos.
É
essa parte mais profunda que precisa mudar. A dificuldade em mudar
acontece por que, na maioria das vezes, tentamos mudar só na parte
intelectual. Você diz pra você mesmo: a partir de agora vou comer só
comidas saudáveis. Ótimo. Mas essa decisão foi feita em um nível muito
superficial. Logo você esquecerá, ou então criará várias desculpas para
voltar a se alimentar da mesma forma que antes. Surgirá um impulso que é
maior do que a "força de vontade" (que está apenas no intelecto) e a
pessoa será vencida na maioria das vezes.
Para
mudar verdadeiramente, é preciso curar a negatividade, ou seja, curar
emoções que vem sendo acumuladas. Assim cortamos o mal pela raiz, e a
melhora do comportamento acontece de forma espontânea.
Vou
dar um exemplo de como isso ocorre. Atendi uma cliente que sentia um
ciúme extremo do namorado. Ela sabia racionalmente que seu comportamento
estava errado. Ficava muito frustrada, pois, apesar de saber e prometer
sempre que ia mudar, o comportamento se repetia. Durante as sessões de
*EFT (técnica para autolimpeza emocional, veja como receber um manual
gratuito no final do artigo), descobri que ela guardava um profundo
sentimento de rejeição por causa do comportamento do seu pai quando ela
era criança. Este sentimento de rejeição ficou guardado, reprimido,
deixando-a muito insegura. O comportamento com o namorado era apenas o
reflexo dessa insegurança.
Não
adiantaria dar conselhos para ela mudar. Ela mesma já havia tentado
mudar pela parte racional, e não tinha conseguido. O que fizemos foi
utilizar a EFT para limpar de forma profunda os sentimentos de rejeição.
O resultado surgiu rapidamente logo após a primeira sessão: os impulsos
de controlar o namorado diminuíram em 50%. A seguir realizamos mais 3
sessões, trabalhando outros medos e inseguranças, e o comportamento
ciumento foi eliminado. Foi aí que surgiu outro problema... o namorado,
que antes era super seguro, começou a ficar ciumento. Mas esta é uma
outra história.
Já,
num outro caso que atendi, um rapaz, que também sofria por sentir muito
ciúme da namorada, mudou seu comportamento quando trabalhamos os
sentimentos que tinha guardado de um relacionamento anterior, quando
havia sido traído. A mudança pareceu "mágica" pra ele. Mas expliquei que
não tem nada de mágico. Ele apenas não tinha noção do poder que havia
nas suas emoções inconscientes, que eram muito mais fortes do que seus
pensamentos racionais.
Se
o histórico emocional de alguém não tiver uma carga intensa, será mais
fácil para essa pessoa mudar a partir do reconhecimento racional de seus
comportamentos negativos. Mas, quando existe um conteúdo inconsciente
mais profundo, o caminho mais rápido para a mudança é através da cura
emocional.
Este
conhecimento tão básico sobre como o ser humano funciona, por incrível
que pareça, é desconhecido pela maioria. Seria bom que aprendêssemos
sobre isso na escola. Deveríamos passar por um processo de
"alfabetização emocional" para entendermos que é super importante cuidar
das emoções, e não somente do intelecto. Assim não teríamos tantos
adultos batendo cabeça, sem saber como fazer para mudar verdadeiramente.
Já
atendi diversos outros casos, onde, ao trabalhar uma variedade de
sentimentos negativos, a pessoa percebeu mudanças de comportamento em
áreas que nem esperava, pois não estavam sendo tratados diretamente nas
sessões. São os maravilhosos "efeitos colaterais" positivos da cura
emocional que alguns relataram como: mais paciência com o filho; perda
da compulsão alimentar; redução do consumo de bebida; menos vontade
fumar; vontade de dormir e acordar mais cedo; melhora do relacionamento
com o marido/esposa; mais disposição e facilidade para fazer tarefas que
antes eram penosas, etc..
Para
mudar de forma profunda e consistente, descubra e cure suas emoções!
Felizmente existem muitas ferramentas, e trabalhos de cura e
autoconhecimento disponíveis para nos auxiliar. Utilizar a EFT é um
caminho que costuma dar grandes resultados a curto prazo.
André Lima
EFT Practitioner, Terapeuta Holístico, Mestre de Reiki e Engenheiro.
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Fonte: Somos Todos Um