domingo, 8 de setembro de 2013

Ser Louco é Ser São






"O mundo tem conhecido pessoas tão bonitas, tão loucas!








Na verdade todas as grandes pessoas no mundo foram um pouco loucas, aos olhos da multidão. Suas loucuras tiveram expressão porque elas não eram miseráveis, elas não tinham medo da morte.

Elas não estavam preocupadas com o trivial. Elas estavam vivendo cada momento com totalidade e intensidade e, por causa dessa totalidade suas vidas se tornaram uma linda flor – elas estavam cheias de fragrância, de amor, de vida e de riso.

Mas isso certamente fere milhões de pessoas que estão ao seu redor. Elas não podem aceitar a ideia de que você tenha alcançado alguma coisa que elas perderam; elas tentarão de todas as maneiras torna-lo infeliz. A condenação delas nada mais é do que o esforço em torna-lo infeliz, para destruir sua dança, tirar a sua alegria – de medo que você possa voltar ao rebanho.

É preciso reunir coragem e, se as pessoas disserem que você é louco, divirta-se com a ideia. Diga a elas: “Você está certo, neste mundo somente pessoas loucas podem ser alegres e felizes. Eu optei pela loucura juntamente com a alegria, com o êxtase, com a dança; você optou pela sanidade com a angústia, com o inferno – nossas opções são diferentes.

Continue são e pareça miserável; deixe-me só na minha loucura. Não se sinta ofendido. Eu não estou me sentindo ofendido por todos vocês – tantas pessoas sãs, equilibradas no mundo e eu não estou me sentindo ofendido”. É apenas uma questão de pouco tempo...

Breve, uma vez que elas o tenham aceitado como louco, elas não o perturbarão mais; então você pode se revelar à plena luz com seu ser original – você pode abandonar todas as suas falsidades. Toda a nossa educação gera uma divisão em nossa mente.

Temos que mostrar uma face para a sociedade, para a multidão, para o mundo – não será necessariamente sua face real; na verdade, não pode ser sua face verdadeira. Você tem de mostrar a face que as pessoas gostam, que as pessoas apreciam, que será aceita por elas – suas ideologias, suas tradições – e você tem de reter, para si mesmo, sua face original.

Esta divisão se torna quase intransponível; porque a maior parte do tempo você está no meio da multidão, encontrando pessoas, relacionando-se com pessoas – muito raramente você está só.

Naturalmente, a máscara se torna mais e mais parte de você, mais do que sua verdadeira natureza. E a sociedade cria medo em todo o mundo – o medo da rejeição, o medo de que alguém possa rir de você, o medo de perder a respeitabilidade, o medo do que as pessoas irão dizer.

Você tem de se ajustar a todo o tipo de pessoas cegas e inconscientes, você não pode ser você mesmo. Essa é nossa tradição básica, até agora, no mundo inteiro: ninguém tem permissão para ser ele mesmo. No momento em que o outro está presente, você está menos preocupado consigo mesmo; você está mais preocupado com a opinião do outro a seu respeito.

Quando você está só no seu banheiro, você se torna uma criança – às vezes, você faz caretas diante do espelho. Mas se de repente, você se da conta que alguém, até mesmo uma criança pequena, está olhando pelo buraco da fechadura, você imediatamente muda; você fica sério, sóbrio, como as pessoas esperam que você seja.

E a coisa mais impressionante é que você tem medo delas, e elas têm medo de você: todos temem a todos. Ninguém está permitindo que seus sentimentos, sua realidade, sua autenticidade se expressem – e todos desejam isso, porque é um ato muito suicida, continuar reprimindo sua face original.

Sua responsabilidade é apenas com seu próprio ser. Não vá contra ele, pois é cometer suicídio, é destruir a si mesmo. E qual é o benefício? Mesmo que as pessoas o respeitem, e achem que você é um homem muito sensato, honrado, ilustre, essas coisas não vão nutrir seu ser.

Elas não lhe darão nenhum insight sobre a vida e sua tremenda beleza. Você está só no mundo: você veio ao mundo só, você está aqui só, e você deixará este mundo só. Todas as opiniões alheias ficarão para trás; somente os seus sentimentos originais, as suas experiências autênticas acompanharão você até mesmo além da morte.

Nem mesmo a morte pode tirar a sua dança, as suas lágrimas de alegria, a beleza do seu estar só, o seu silêncio, a sua serenidade, o seu êxtase. Aquilo que a morte não pode tirar de você é o único tesouro verdadeiro; e aquilo que pode ser tirado por qualquer um não é um tesouro – você está simplesmente sendo enganado.

A sua preocupação exclusiva devia ser cuidar e proteger aquelas qualidades que você pode levar  consigo quando a morte destruir seu corpo, a sua mente – porque essas qualidades serão seus únicos companheiros.

Elas são os únicos valores verdadeiros; e as pessoas que as alcançam, somente estas vivem; as outras apenas fingem viver".


OSHO, em "Vida, Amor e Riso"

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