Depois de poucos meses voltei à fazenda, como um tipo de pausa a um processo incessante de transformações...
Morte e renascimento parece que esse ano estava na ordem do dia para muitas partes minhas que me acompanharam por longo tempo e... deixar o que te parece tão familiar pela falsa ilusão de segurança que davam, de tão conhecido, pelo irrepetível momento presente, às vezes não é fácil... e você se sente mesmo como quem morreu para alguns pedaços de passado... e passar por essas pequenas mortes tem lá seu período de luto.
Mesmo que nossa consciência nos leve por esses caminhos de desapego, aquelas partes que são envolvidas, até a raiz do cabelo com esses padrões antigos, sofrem essa dor da morte porque não vislumbram a possibilidade de um renascimento para um estado de ser muito mais pleno.
E foi assim... depois de muitas mortes e renascimentos que me sentia às vezes como se estivesse prestes a sair de um casulo muito antigo e muito familiar, mas sem a coragem de dar aquele salto no desconhecido... no irrepetível momento presente. E me segurava ao que podia tentando evitar o inevitável.
Talvez por saber mesmo que o presente não se repete é que essas partes nossas que só sabem viver na segurança do que podem controlar por ser um caminho conhecido, é que nos agarramos ao passado com unhas e dentes fechando os olhos, ao único tempo que nos permite voar.
Só que esse voo, para essas nossas partes agarradas ao que é arraigado, mesmo que seja no medo, é muito arriscado... é muito perigoso... Por isso que... quando é o tempo mesmo de deixar ir o que prendemos por tanto tempo, fica essa sensação de morte e uma certa desorientação, assim como se tivessem tirado nosso chão. Mesmo que esse chão do passado esteja desmoronando e não resista mais a nem um leve sopro do tempo; ainda assim, tentamos nos agarrar até ao último caquinho, na vã esperança de que isso vá nos impedir de dar o salto no desconhecido tão assustador que é o terreno onde não existe nada que nosso ego possa controlar.
E foi assim que me vi sentada na rede da varanda, segurando nas mãos o primeiro livro que me chamou atenção quando passei pela estante da sala: "Transmissões de Estrela-Semente". Ken Karey
E assim como quem tenta se agarrar ainda à última esperança de que uma mensagem pudesse ainda me manter por mais um tempinho que fosse no mundo conhecido e familiar, mesmo com a validade já tão vencida, que abri uma página...
"Tudo o que lhe é necessário existe no momento presente, e esse momento é tudo o que existe. No rápido piscar desse momento você encontrará todo o tempo do mundo. Através dele, você entrará em contato com a Informação Viva que o guiará com infalível direção. O momento presente é o portão estelar pelo qual você passará, deixando a prisão da delimitação humana para expandir-se na consciência da percepção divina. É a brecha entre os mundos do passado e do futuro, mas também entre os mundos do tempo e do espaço, do espírito e da matéria, da forma e do ser. É uma zona intemporal, o portão através do qual você irá participar novamente da aventura da criação".
Na verdade, tudo naquela página e nas que vieram a seguir, cairam como uma chuva fina e suave de esperança que me deram força para me lançar nessa busca por estar mais presente em todos os momentos e, mais ainda, a certeza de que é aí que quero estar, mesmo que para isso tenha que abrir mão de toda ilusão de segurança que o passado me dá.
Mais uns trechos para inspirar quem também está à beira desse salto...
"Você é filho de Deus e filho da Matéria. Contudo, você não pode servir a dois senhores. Aquilo que você vincular na consciência será vinculado na Matéria, e o que vincular na Matéria será vinculado na consciência. Neste momento, você é o criador da sua própria realidade. Se quiser conhecer o Criador de uma realidade maior, ponha de lado seus pensamentos, da mesma forma como pousa uma enxada com a qual você trabalhou no jardim. Agora, a realidade maior o chama. Seus serviços estão sendo solicitados por ela. Seu período embrionário já acabou, a gestação está completa, o momento do nascimento chegou".
"As interpretações são o que o separa da clareza de percepção que você precisará para fazer o trabalho que está à sua frente. Você deverá deixá-las, juntamente com seus pensamentos, seus sonhos, suas esperanças e seus temores. Podem parecer coisas insignificantes e etéreas, que flutuam suavemente em sua mente, mas não se deixe iludir pela aparente falta de substância. É a matéria-prima de que são feitas as guerras, os precursores da morte, os agentes da doença e da destruição. Com a energia que você lhes dá através de sua atenção, elas têm força suficiente para aleijar um planeta".
"É fácil reverter essa situação. Deixe-se morrer para o passado e desperte para o momento presente. Por que essa hesitação? Será que as suas experiências passadas foram realmente tão abrangentes que lhe deram base suficiente para compreender tudo o que você encontra no presente? Será que elas realmente merecem o respeito e a credibilidade que você lhes dá? Quanta atenção você dispensou aos fatores presentes no momento de sua ocorrência? Se estiver tão preocupado com "experiência", que tipo de atenção você poderá dar ao que está acontecendo, agora, neste momento? Onde está sua atenção agora? Você está onde a sua atenção o leva. Em verdade, você é a sua atenção. Se a sua atenção é fragmentada, você está fragmentado. Quando a sua atenção está no passado, você está no passado. Quando a sua atenção está no presente, você está na Presença de Deus e Deus está presente em você. Deixe-se morrer para tudo o que realmente não existe; descubra o que existe. Largue tudo que você pensa saber. Seja honesto; tudo o que você sabe é do passado. Não existe aos olhos de Deus. Aos olhos de Deus, seu conhecimento é apenas cisco no olho de uma criança, cegando-a para o esplendor da Criação".
Só me resta ser profundamente grata por receber a orientação certa na hora certa, onde não fica espaço para nenhuma dúvida de que é por aí que você quer seguir... mesmo que o próximo passo o lance ao abismo do desconhecido, se você agora sabe que tem asas para voar mesmo que lhe falte o chão... você segue sem medo e com Fé.
Rúbia A. Dantés
Designer, cria mandalas e ilustrações em conexão...
Trabalhos individuais e em grupo, com o Sagrado Feminino, o Dom e o Perdão...
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Email: rubiadantes@globo.com
Fonte: Somos Todos Um