A mente tem muito medo de se abrir porque ela existe basicamente devido ao medo. Quanto mais destemida for a pessoa, menos ela usará a mente. Quanto mais medo ela tiver, mais usará a mente.
Você talvez tenha observado que, quando está com medo, ansioso, quando existe algo que o preocupa, a mente fica em primeiro plano. Quando você está ansioso, a mente fica muito presente. Do contrário, a mente não fica tão presente.
Quando tudo vai bem e não existe medo, a mente fica para trás. Quando as coisas dão errado, a mente simplesmente salta na frente e assume a liderança. Em tempos de perigo, ela vira líder. A mente é como os políticos.
Adolf Hitler escreveu em sua autobiografia, Mein Kampf, que você tem que deixar o país sempre com medo se quiser permanecer na liderança. Mantenha o país sempre com medo de que o vizinho vá atacar, de que existam países que estejam planejando um ataque, que estejam se preparando para atacar — continue criando rumores. Nunca deixe as pessoas sossegadas, porque quando estão sossegadas elas não se importam com os políticos.
Quando as pessoas estão realmente tranquilas, os políticos perdem o sentido. Mantenha as pessoas com medo e o político será poderoso.
Sempre que há uma guerra, o político vira um grande homem. Churchill ou Hitler ou Stalin ou Mao — eles foram todos produtos da guerra. Se não houvesse uma Segunda Guerra Mundial, não haveria Winston Churchill e nenhum Hitler ou Stalin. A guerra cria situações, dá oportunidades para que as pessoas dominem e se tornem líderes. Com a política da mente acontece o mesmo.
A meditação não é nada mais do que criar uma situação em que a mente tenha cada vez menos o que fazer. Você fica tão sem medo, tão cheio de amor, tão em paz — fica tão satisfeito com o que quer que esteja acontecendo que a mente não tem nada a dizer. Então a mente logo vai ficando para trás, ficando para trás, tomando uma distância cada vez maior.
Um dia a mente recua completamente — e aí você se torna o universo. Você não fica mais confinado no seu corpo, não fica mais confinado em nada — você é espaço puro. É isso que é Deus. Deus é espaço puro.
O amor é o caminho rumo a esse espaço puro. O amor é o meio e Deus é o fim.
Osho, em "Coragem — O Prazer de Viver Perigosamente"
Fonte: Palavras de Osho