terça-feira, 11 de novembro de 2014

Facilitar os processos da vida





Ser humano reclama pra caramba. Nesse quesito somos todos campeões. Reclamamos quando chove, quando tá sol, quando faz calor ou frio.







Reclamamos no automático de tudo. Parece que nunca estamos satisfeitos. Eu tinha esse péssimo hábito, que virou rapidamente um vício.

Minha família era uma família de reclamões, nada diferente da maioria das famílias brasileiras. Meu falecido pai reclamava de tudo, era um insatisfeito patológico. Aprendi muito disso com ele.

Bastava me encontrar com os amigos e passávamos horas reclamando de tudo: do salário, do trabalho, da vida afetiva, do time de futebol, da cerveja que demorava a chegar na mesa...era quase um ritual de fim de tarde – reclamar de tudo.

Só que a medida que vamos ficando mais velhos a coisa tende a piorar. Curioso como transformamos um hábito em vício rapidamente. Chega o dia em que você começa a reclamar sozinho, até mesmo quando está dormindo.

Quantas vezes eu não acordava de manhã com a minha mente reclamando seja lá do que for. E quanto mais problemas sua vida apresenta, mais você tende a reclamar. Tem uma hora que você mesmo não se aguenta mais.Um baita circulo vicioso se forma, e você parece preso nele.Você começa a andar em círculos.

Curioso que o modelo social vendido por ae também não ajuda muito. Se você é um cara sussa, certamente vai ser taxado de “alienado”. Se você é uma pessoa alegre e descompromissada, o povo acha que você não é confiável. Ser confiável pro povo é ser sério, o que significa ser carrancudo e reclamão.

Aprendemos essa porcaria toda com uma sociedade mau amada e esquizofrênica, e o resultado é que se não ficamos espertos, entramos nessa e pagamos um preço salgado. Perceba que "reclamação" é uma coisa de escolha. Veja só:

Reclamamos do trânsito pra chegar ao trabalho mas da mesma forma enfrentamos trânsito pra ir a praia ou passar o fim de semana na chácara. Reclamamos das filas de banco e das repartições públicas, mas não hesitamos em ficar em filas quilométricas pra entrar num barzinho da moda ou num espetáculo qualquer.

Percebe? Não é o trânsito ou a fila em sí que nos aborrece, mas a obrigação de ter que fazer seja lá o que for. Trabalhar, pagar contas, enfrentar contratempos, tudo isso se torna uma tortura quando a cabeça está focada na “obrigação”.

Reclamamos porque precisamos trabalhar pra pagar contas que nos mantém e esquecemos que seria muito pior não ter grana pra pagá-las. Ae só damos valor a isso quando estamos desempregados e quebrados. Parece que procuramos a desgraça porque não estamos legais por dentro e "descarregamos" isso na vida.

É ae onde eu queria chegar. Afinal, como vai sua relação com a vida? Voce vive bem? Tem prazer em viver? Não? Então temos um problema sério aí. Se pra você tudo é obrigação é lógico que você não sente prazer, e você vai acabar virando um reclamão profissional.

Se sua vida não tem gosto, tudo fica forçado e vazio, podemos mudar isso. Tudo é questão de foco. Focamos demais na obrigação, e o resultado é que perdemos a alegria de viver e fazer as coisas. Mas quando mudamos a maneira de olhar, a coisa alivia.

A medida que deixamos de reclamar por qualquer coisa e nos focamos no PRAZER de fazer ou viver a experiência, a tendência é a melhora. E é melhor fazer isso antes que a vida crie uma situação que te deixe sem saída!

Porque a vida faz isso direto, você certamente já viveu isso ou viu isso estourar na vida de alguém. De tanto reclamar de algo aquilo “grudou” na pessoa e parece que não sai mais até a pessoa largar essa postura ruim e começar a aceitar as coisas como são.

As coisas ruins se tornaram tão reais que você se vê "preso" numa situação, a ponto de ter que “desistir” de lutar e reclamar. Porque a vida faz isso? Pra te pôr nos trilhos de volta. Facilite o processo e pare de dar força pro “mal” que cada reclamação traz consigo.

Mantenha o foco no prazer de ser, fazer e viver as coisas o máximo possível. E mesmo que algo não esteja legal, lembre-se que reclamar não vai te tirar do buraco.


Renato Palhano

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