sábado, 31 de outubro de 2015

Julgando e Sendo Julgado Por Você Mesmo II





Uma vez compreendido que o julgamento não traz nada de positivo para a sua vida cotidiana, é importante que se faça um trabalho de desmame deste hábito, pois a sociedade humana está tão habituada a julgar a tudo e a todos que, sem um pouco de treino e a compreensão dos motivos disto ocorrer, não será possível simplesmente mudar. É necessário que se entenda os porquês de sempre estarmos julgando, para então podermos realizar esta mudança interna.






A mente humana é programada para identificar, julgar e agir, e esses atributos são legítimos desde que usados com inteligência. A mente é uma ótima e poderosa ferramenta desde que seja usada por nós, mas o que vem ocorrendo é o oposto disto, a mente se apropriou do ser. É ela quem vem dando as cartas na sua vida. A mente da humanidade está fora de controle. A humanidade se tornou escrava dela. Não são as pessoas que usam a mente, mas sim a mente que usa as pessoas. Basta você observar a sua própria ignorância e descontrole sobre os seus próprios pensamentos. Todos os dias você tem milhares deles, e esses pensamentos são os mesmos que te acompanham por muitos anos. Trata-se de padrões repetitivos, geralmente atrelados ao passado ou ao futuro que só fazem mal, pensamentos estes que geram ansiedades e tristezas.

O julgamento em si não é o primeiro degrau desta escada. Você não pode impedi-lo uma vez que já deu energia a ele. A mente sempre estará julgando e traçando planos de ação uma vez que ocorra a identificação de algo. Portanto, para impedir que esse julgamento ocorra, é necessário que você não se identifique com pessoas, coisas e situações. É necessário aceitação das coisas como são, que você aceite as pessoas e não se identifique com elas, com as ações delas, ou com as visões que essas pessoas têm sobre a vida. É necessário que você compreenda que cada pessoa está passando por um processo único, que cada um tem a sua própria história, e que cada colheita individualizada nada mais é que as consequências daquilo que foi plantado por cada um. Geralmente, recebemos aplausos em público por aquilo que durante anos fizemos sozinhos, ou somos punidos em público por aquilo de errado que fizemos lá trás. Tudo está dentro de uma grande lei chamada causa x efeito. Todo o efeito está ligado a uma causa, e essa lei é um princípio imutável deste grande Universo.

Enquanto ocorrer a identificação com as coisas, a sua mente vai julgar, e então você estará sujeito a todos os desencadeamentos deste julgamento que foram citados no texto anterior. É importante que você saiba também, que um dos motivos que o faz julgar uma pessoa como irritante, chata ou gananciosa, é o próprio espelho que esta pessoa está sendo para você. Tudo o que te irrita no outro é o reconhecimento daquilo que você é. Se você acha alguém avarento é porque você também é avarento, e a sua irritação é justamente por estar reconhecendo em você um atributo que julga ruim, e como defesa você acaba projetando no outro.

Outro fator que instiga o julgamento é o complexo de inferioridade. Se você o possui, sempre irá buscar rebaixar o outro para trazê-lo até o seu nível. O ego não suporta nada que esteja acima dele, e, na incapacidade de se elevar, ele arrumará alguma forma de rebaixar aquilo que considera superior. Isso é o que faz você sempre estar em busca daquilo de ruim que as pessoas possuem. É por isso que você sempre aponta os defeitos do outro, e não as qualidades.

Como você pode observar, todas as causas que o levam a cometer o julgamento, seja lá do que for, não possui em si mesmo nenhuma característica da divindade que existe em você. Isto não passa de uma mera ilusão que o ego tem de estar separado e por sentir-se constantemente ameaçado. Mas o ego não é real. O ego nada mais é que um acúmulo de máscaras que você vem usando para ser aceito na sociedade. Você possui uma identificação muito grande com essas máscaras, e acredita que é aquilo que finge ser. Mas em essência você é pura consciência. Em essência você não pode julgar nada e ninguém, pois você possui o entendimento de que tudo já está dentro de uma ordem divina.

Não é preciso virar nada ou vir a ser qualquer coisa que você já não seja. Basta limpar a sujeira que vem encobrindo essa essência que está dentro de você e, o que sobrar, acredite, será essa pura consciência que age de acordo com a perfeição divina que você já é.

Diogo Beltrame



Universalista, Terapeuta Quântico, Consultor Metafísico,
Formador de Terapeutas Holísticos, Mestre em Reiki,
Renascedor e Palestrante