terça-feira, 15 de maio de 2012

A Felicidade e a Química Cerebral da Saúde



É óbvio que as pessoas saudáveis são mais felizes que as doentes. E vários estudos vêm confirmando que o inverso também é verdadeiro. Pessoas felizes são mais saudáveis que as infelizes.




Parece que a felicidade, que nada mais é do que ter pensamentos positivos a maior parte do tempo, provoca alterações químicas no cérebro que, por sua vez, exercem efeitos profundamente benéficos sobre o organismo.

Por outro lado, pensamentos negativos ou depressivos causam alterações químicas que prejudicam o corpo. As substâncias químicas do cérebro, pelas quais os pensamentos operam, são chamadas de neurotransmissores. Pelo menos trinta tipos diferentes de neurotransmissores já foram identificados.

A proporção em que cada um deles aparece depende do estado de espírito cultivado pela pessoa ao longo da vida. Uma vez que controlamos conscientemente os pensamentos — escolhemos o que pensar —, é claro que a química cerebral pode ser controlada com facilidade, embora seja muito difícil oferecer provas científicas desse fato.

Pensar é exercitar a química cerebral. É ela que induz a secreção hormonal em várias regiões do cérebro, como o hipotálamo e a hipófise, e esses hormônios transmitem mensagens a todos os órgãos do corpo. Analisemos, primeiramente, alguns exemplos específicos de pensamentos negativos. A raiva e a hostilidade aceleram os batimentos cardíacos, elevam a pressão arterial e deixam a pessoa vermelha, entre outras coisas.

A ansiedade também acelera o coração e faz a pressão subir, provoca tremores nas mãos, suor frio, peso no estômago e fraqueza generalizada. Os distúrbios mentais sérios há muito tempo são relacionados a alterações químicas no cérebro. Para citar um pesquisador: “Não há um único pensamento distorcido sem que haja também uma molécula distorcida”.

Do mesmo modo, pensamentos positivos, alegres, amorosos e tranquilos, como compaixão, amizade, bondade, generosidade, afeto, calor e intimidade produzem estados fisiológicos correspondentes através do fluxo de neurotransmissores e hormônios pelo sistema nervoso central. As profundas mudanças fisiológicas induzidas por pensamentos positivos levam à boa saúde porque são intermediadas por neurotransmissores estimulantes.

Se, como já vimos, o sistema imunológico estiver enfraquecido devido a raiva, apatia, ressentimentos, conflitos e tristeza, então os pensamentos positivos aumentam a resistência do organismo à doença através de um processo semelhante, cujo resultado é inverso.

O “efeito placebo” é um exemplo desse conceito. O placebo é um comprimido feito de açúcar e corante. Ele é dado aos doentes como se fosse um remédio autêntico, e funciona porque os pacientes acreditam que ele vai funcionar. Um grupo de pacientes que apresentava hemorragia provocada por úlcera recebeu do médico um comprimido descrito como a mais moderna e potente droga para o tratamento de úlceras.

Setenta por cento dos pacientes deixaram de sangrar imediatamente. Para outro grupo de pessoas na mesma situação, o médico disse que a droga era experimental e sua eficácia, desconhecida; em apenas 25 por cento dos pacientes a hemorragia cessou. Todos eles haviam tomado apenas um placebo. Esse tipo de pesquisa tem ramificações que nem imaginamos.

Antigamente, pensava-se que o placebo funcionava porque o paciente enganava a si mesmo. Os médicos reconheciam sua eficácia, mas consideravam-na apenas um curioso efeito colateral psicológico. Hoje sabemos que os placebos põem em funcionamento os mecanismos de cura do próprio organismo (já descrevi os anestésicos naturais que o corpo produz com essa finalidade). Os placebos são os melhores remédios do mundo.

Os pesquisadores estão começando a ver as possibilidades oferecidas pelo emprego do efeito placebo no tratamento de problemas orgânicos graves, inclusive o câncer. Norman Cousins, cujos livros despertaram o público para esse fato, afirma: “O placebo não é um remédio, mas o médico interior”. Os placebos funcionam pela liberação de neurotransmissores. Isso significa que a substância ativa dos placebos são os pensamentos do paciente.

Naquele caso das úlceras, a hemorragia de um dos grupos cessou porque os doentes acreditaram que o comprimido funcionaria, e quanto menor a fé, menor a cura. Os placebos são tão poderosos que alguns pacientes que se queixavam de náuseas se sentiram imediatamente aliviados depois de tomar o remédio oferecido pelo médico. Acontece que aquele medicamento induzia as náuseas.

Quando a fé é bem canalizada, pode alterar completamente e não apenas realçar a “realidade” das drogas. Quando se acredita que um comprimido alivia a dor de cabeça, abaixa a pressão, melhora o desempenho sexual, dá mais energia, aumenta o apetite, faz emagrecer ou engordar, e até mesmo que cura um tumor maligno, pode apostar que os resultados serão exatamente esses.

Para que os pensamentos curem, eles devem ser sinceros e constantes, pois quanto mais eles agirem sobre os neurotransmissores apropriados, mais os neurotransmissores poderão influenciar o cérebro. Se os padrões de pensamento e o estado de espírito são tão importantes, como mudá-los para melhor?

Para responder a essa pergunta é preciso antes de mais nada entender o que é o pensamento e a mente. É disso que trata o próximo capítulo:

(Pensamentos, Impulsos de Inteligência - A Mente Humana, um Reservatório de Inteligência)

Deepak Chopra



Fonte: Extraído do Livro "Conexão Saúde"

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