De vez em quando, escrevo um artigo sobre o tema perdão. É um assunto muito importante e que certamente se encaixa para a vida de qualquer pessoa.
Esse tema é frequentemente citado por muitos, mas normalmente é explicado de forma superficial e, por isso, a maioria das pessoas não compreende a sua importância.
Gosto de explicar os sentimentos de forma bem prática, expondo as consequências negativas de se guardá-los, mostrando como eles acabam sabotando a nossa vida de uma maneira que não enxergamos.
É certo que todos nós já cometemos erros no passado e, mais certo ainda, que cometeremos vários outros até o final das nossas vidas. E é bastante comum depois de cada erro cometido surgirem sentimentos de raiva de si mesmo, culpa e arrependimento.
Não bastasse o prejuízo causado pelo erro cometido, a nossa mente começa a criar uma negatividade adicional remoendo nossos erros em diálogos mentais carregados de emoções que nos causam sofrimento.
Você pode começar a dizer mentalmente para si próprio: "Eu fui muito burro! Como pude permitir isso? Como posso cometer o mesmo erro tantas vezes? Se arrependimento matasse... Se eu pudesse voltar no passado...Quanto sofrimento me causei. Quanto sofrimento causei para outras pessoas. Parece que eu nunca vou aprender. Eu mereço mesmo é sofrer".
Quem nunca teve diálogos consigo mesmo nesse teor? São falas mentais do ego que revelam culpa, raiva, arrependimento, tristeza, mágoa de si mesmo e necessidade de autopunição.
Esses sentimentos surgem como uma forma de nos fazer aprender algo para que a gente não repita o mesmo erro. Através do sofrimento, algumas pessoas aprendem importantes lições. No entanto, é importante entender que não é preciso sofrer para aprender. O ego é mestre em criar sofrimento e justificá-lo para que você acredite que é realmente necessário carregar tudo aquilo.
O importante, na verdade, é reconhecer o erro, aprender com ele e seguir em frente. Assim, o sentimento negativo torna-se desnecessário pois o único objetivo do sofrimento é trazer aprendizado. Por isso, o ideal seria que aprendêssemos rapidamente após um erro e que, ao mesmo tempo, soltássemos os sentimentos negativos.
Uma frase que poderia resumir esse padrão mental seria: Sempre que cometo um erro, eu aprendo o que posso, me perdoo, e sigo em frente.
No entanto, o padrão mental que a mente carregada de negatividade cria é como se dissesse o seguinte: "Sempre que eu erro, eu fico com muita raiva de mim mesmo, me culpo, sinto arrependimento, me causo bastante sofrimento, pois quem sabe assim eu deixo de ser essa besta quadrada e começo a fazer algo na vida que preste".
A mente é um juiz muito severo, se você der atenção e energia para esses pensamentos. E quantas pessoas não carregam esses pensamentos e sentimentos durante uma vida inteira?
A raiva de si mesmo e a culpa aparecem como uma forma inicial de autopunição. Como posso cometer um erro e sair com a consciência tranquila? Preciso sofrer para pagar pelo erro e aprender! É o que diz o ego inconscientemente. Além dessa punição inicial que nos impomos, vamos dar um jeito de nos castigar ainda mais, também de forma inconsciente.
Esse é um mecanismo doentio de provocar sofrimento para si próprio para "aliviar a consciência". Tem relação com o texto anterior que escrevi sobre "A busca inconsciente pelo sofrimento" . Conforme já expliquei em outros artigos, as emoções negativas têm vida própria, desejam sobreviver e se alimentar.
Sendo assim, a raiva vai procurar criar novas situações para que você sinta raiva de si mesmo. A culpa vai criar situações para que você se sinta mais culpado. Tudo acontecendo de forma silenciosa no seu interior, influenciando seus pensamentos e ações, e causando um grande estrago na sua vida.
E a cada nova situação que surge, a emoção negativa lhe convence que ela está certa em estar ali criando aquele diálogo mental severo.
E como seria essa autopunição inconsciente? Vem em forma de atitudes negativas com relação a você mesmo: perda de oportunidades, preguiça e falta de coragem para fazer coisas que poderiam melhorar a sua vida, surgem sentimentos de não-merecimento, vontade de comer em excesso prejudicando a própria saúde, escolhas erradas nos relacionamentos e na vida profissional, e etc..
Dessa forma, o sofrimento que, na teoria, surgiu para que você aprendesse e cometesse menos erros, acaba levando você a se punir, e assim cometer mais erros trazendo mais sofrimento para você e para pessoas próximas.
Entender esses mecanismos pode fazer com que você solte a negatividade e se perdoe mais facilmente, pois agora é possível compreender as razões egóicas inconscientes e sem fundamento, que estávamos usando para nos manter apegados aos sentimentos negativos.
Entretanto, mesmo sabendo disso racionalmente, é provável que ainda seja difícil se perdoar verdadeiramente, sem ser apenas da boca pra fora. Assim, nós podemos usar a *EFT (técnica para autolimpeza emocional, veja como receber um manual gratuito no final do artigo) para conseguir essa liberação de uma forma infinitamente mais rápida e profunda, para que você sinta verdadeiramente o autoperdão, e que não seja apenas algo do conhecimento intelectual.
No próximo texto vou dar mais detalhes de como usar a EFT para chegar a esse resultado, com instruções mais específicas e exemplos de frases a serem utilizadas.
Os pontos que espero deixar claro nesse texto são os seguintes:
1) O sofrimento causado pelos erros serve apenas para gerar aprendizado. Por isso, reconheça o erro rapidamente, aprenda rápido e solte a negatividade. O ideal é aprender sem precisar sofrer.
2) O ego e as emoções negativas que estão em torno dele vão tentar lhe convencer a todo custo a manter o sofrimento, pois cada emoção deseja sobreviver e se alimentar.
3) Carregando esse sofrimento, você tenderá a se autopunir, e isso trará mais sofrimento para a sua vida e para a vida de outras pessoas.
Resumindo, não há qualquer vantagem em não se perdoar, pelo contrário, mais sofrimento é gerado.
André Lima
EFT Practitioner, Terapeuta Holístico, Mestre de Reiki e Engenheiro.
Fonte: Somos Todos Um