domingo, 31 de março de 2013

Autoestima, Perdão e Limite




Existe um ponto que eu acho muito importante que seja esclarecido. No artigo anterior, coloquei algumas frases falando que "eu posso perdoar, mas, mesmo assim, não querer conviver e me afastar de uma determinada pessoa". Recebi depois um comentário de uma leitora da minha newsletter, dizendo que, se eu falo que perdoei alguém, mas não quero conviver mais com a pessoa, isso não seria um perdão integral. Sinal de que ainda teria alguma mágoa ou raiva...





Isso pode ser verdade em alguns casos. Realmente, se eu não quero mais amizade, se não quero mais conviver com a pessoa, pode ser que ainda tenha algum sentimento me incomodando. Isso precisa ser bem investigado.

Às vezes, dizemos que perdoamos mas... conforme já comentei em artigos anteriores, basta começar a relembrar do que aconteceu que vem à tona um desconforto emocional. Nesse caso, ainda há trabalho de limpeza emocional a ser feito com a *EFT (técnica para autolimpeza emocional, veja como receber um manual gratuito no final do artigo).

No entanto, pense na seguinte situação. Uma mulher que passou anos sendo abusada fisicamente pelo marido. Ela pode e deve perdoar, seria muito bom que conseguisse. Com a ajuda das terapias e da EFT logicamente isso vai ficar muito fácil, mas, para que ela se proteja, é importante que se mantenha longe do agressor pra que não volte a ocorrer o abuso.

Imagine um sócio que roubou, enganou e etc. Você deve aplicar a EFT e fazer qualquer outro processo até perdoar totalmente, no entanto, você deve voltar a ter sociedade com a pessoa? Deve retomar a amizade como era antes? É preciso refletir bastante sobre isso. Não descarto a possibilidade de haver uma transformação total no relacionamento e voltar a ter aproximação, pois acredito que tudo é possível, mas na maioria das vezes essa não será a melhor solução.

Você pode perdoar um ex-marido, uma ex-mulher, um amigo de forma profunda e integral, e, no entanto, entender que aquele relacionamento não é mais adequado pra você. Em um trabalho terapêutico, procuro fazer essa investigação de forma bem minuciosa para entender qual o motivo do afastamento: é apenas a mágoa ainda? Tem chance de transformar tudo? o (a) meu (minha) cliente está preparado pra colocar limites? Será que o outro lado vai reagir de forma positiva às mudanças? São muitos fatores...

Em casos onde não houve nada de grave, podemos também perdoar e nos afastar mesmo assim. Mesmo perdoando integralmente, é possível chegar à conclusão que se relacionar com aquela pessoa não traz nada de positivo, nesse caso, é melhor se afastar. Se houver mudança da outra parte, a reaproximação será fácil, pois não existe mais a mágoa ou raiva.

Que bem traz se relacionar com pessoas que só criticam, que querem apenas brigar, nos agredir, nos colocar pra baixo, etc? Ter autoestima é também dizer não a essas pessoas, impor limites na convivência, e até deixar de se relacionar se for o caso. E tudo isso pode ser feito, sentindo paz interior, sem raiva nem mágoa no coração, se você atingir o perdão profundo.

Se a pessoa sente que deve, por uma questão espiritual, filosófica se relacionar, e se aproximar do outro de qualquer forma, mesmo o outro continuando com o desrespeito... sinceramente, acho que essa pessoa deve trabalhar suas crenças e autoestima para dar um limite bem dado a situação.

Eu não tenho que me relacionar com alguém porque eu perdoei. Esse é um tema que surge bastante quando estou aplicando EFT. A pessoa tem medo de limpar a raiva e chegar no perdão total porque acha que se isso acontecer vai ter que voltar a conviver com a pessoa. E eu sempre falo que isso pode até ocorrer, mas não tem que ocorrer necessariamente.

Para internalizar melhor esse pensamento, eu insiro frases durante o processo da EFT esclarecendo que perdoar não é permitir que o mesmo ocorra de novo: "eu posso perdoar e dizer não mesmo assim, eu posso perdoar e não querer ter uma amizade mais profunda, eu posso perdoar e me afastar mesmo assim, eu posso perdoar e impor limites..." E coloco frases também falando que se afastar não significa ser mau, ter raiva, não ser espiritualizado: "eu posso me afastar e desejar todo bem àquela pessoa, eu posso perdoar me afastar e mandar energias positivas pra ela".

Dar limites, afastar-se de quem não nos faz bem, escolher melhor as amizades, escolher conviver com pessoas que nos trazem mais coisas positivas... tudo isso é cuidar de nós mesmos, é ter autoestima elevada.

André Lima



EFT Practitioner, Terapeuta Holístico, Mestre de Reiki e Engenheiro.

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Fonte: Somos Todos Um

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