quarta-feira, 10 de julho de 2013

Seja Feliz





A personalidade irreal é sempre contra desfrutar alguma coisa. Ela está sempre contra você: você não deve desfrutar.






Ela sempre é pelo sacrifício das coisas, pelo seu sacrifício pelos outros. Parece belo, porque você foi educado nisto: “Sacrifique-se pelos outros.” - isso é altruísmo.

Se você estiver tentando desfrutar a si mesmo, isso é egoísmo. E no momento que alguém diz que “isto é egoísmo”, isso se torna um pecado. Mas eu lhe digo, o tantra é uma abordagem basicamente diferente. O tantra diz que, a menos que você possa desfrutar a si mesmo, você não pode ajudar ninguém a desfrutar.

A menos que você esteja realmente contente consigo mesmo, você não pode servir aos outros; você não pode ajudar os outros em direção ao contentamento. A menos que você esteja transbordando com sua própria bem-aventurança, você é um perigo para a sociedade, porque uma pessoa que se sacrifica sempre se torna um sádico.

Se sua mãe fica falando e lhe dizendo que “eu me sacrifiquei por você”, ela irá lhe torturar. Se o marido vive dizendo para a esposa que “eu estou me sacrificando”, ele será um torturador sádico. Ele irá torturar, porque o sacrifício é apenas um truque para torturar o outro.

Assim aqueles que estão sempre se sacrificando são muito perigosos – potencialmente perigosos. Fique alerta com eles e não se sacrifique. A própria palavra é feia. Desfrute a si mesmo; fique preenchido de bem-aventurança. E quando você estiver transbordando com sua própria bem-aventurança, essa bem-aventurança chegará aos outros também. Mas isto não será um sacrifício.

Ninguém está devendo nada a você; ninguém precisa lhe agradecer. Ao contrário, você se sentirá grato aos outros por eles estarem participando em sua bem-aventurança. Palavras como ‘sacrifício’, ‘dever’, ‘serviço’ são feias; elas são violentas.

O tantra diz que a menos que você esteja preenchido com luz, como você pode ajudar os outros a serem iluminados? Seja egoísta; somente então você pode ser altruísta. Do contrário todo o conceito de altruísmo é absurdo. Seja feliz; somente então você pode ajudar os outros a serem felizes. Se você estiver triste, infeliz, amargo, você irá ser violento com os outros e você criará miséria para os outros.

Você pode se tornar uma mahatma, um assim chamado grande santo; isso não é muito difícil. Mas olhe para seus mahatmas. Eles estão tentando de todas as maneiras torturar todo mundo que chega até eles. Mas a tortura é muito camuflada. Eles o torturam para o seu próprio bem; eles o torturam para o seu próprio benefício.

E como eles estão torturando a si mesmos, você não pode dizer a eles: “Vocês estão pregando alguma coisa para nós, que vocês não estão praticando”. Eles já estão praticando isso. Estão torturando a si mesmos. Agora eles podem torturar você. E quando uma tortura é para o seu benefício, essa é a tortura mais perigosa: você não pode escapar dela.

E o que há de errado em desfrutar a si mesmo? O que há de errado em estar feliz? Se existe alguma coisa errada, está em sua infelicidade, porque uma pessoa infeliz cria ondulações de infelicidade por toda a sua volta. Seja feliz!
(...)

Na verdade, todas as moralidades são contra a felicidade. Alguém está feliz e você sente que alguma coisa está errada. Quando alguém está triste, tudo está bem. Vivemos em uma sociedade neurótica onde todo mundo está triste. Quando você está triste, todo mundo está feliz, porque todo mundo pode compadecer-se de você.

Quando você está feliz, todo mundo fica perturbado. O que fazer com você? Quando alguém se compadece de você, olhe para a face da pessoa. A face reluz; um brilho sutil chega à face. Ela está feliz por compadecer-se.

Se você está feliz, então não existe possibilidade para isso. Sua felicidade cria tristeza nos outros; sua infelicidade cria felicidade. Isto é neurose! O próprio fundamento parece ser louco.

O tantra diz: seja real, seja autêntico consigo mesmo. Sua felicidade não é ruim, ela é boa. Ela não é pecado! Somente a tristeza é pecado, somente ser miserável é pecado. Ser feliz é virtude porque uma pessoa feliz não criará infelicidade aos outros. Somente uma pessoa feliz pode ser um solo para a felicidade dos outros.

Osho, O Livro dos Segredos, V3, # 34


Fonte: Osho Sukul