quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Sobre o Tédio

 



Osho,
Na noite passada você falou sobre o tédio. Como podemos esperar por uma sociedade iluminada, quando para manter a sociedade, a maioria das pessoas deve fazer tarefas entediantes, monótonas e repetitivas?






"Novamente: nada é tedioso, nada é repetitivo nem monótono - você é, e você traz sua qualidade para tudo que você faz. Nenhum ato é entediante em si mesmo, e nenhum ato pode ser não-entediante em si mesmo - é você quem o torna entediante ou não-entediante. E o mesmo ato pode ser um tédio para você neste momento e, no próximo momento, ele pode ser uma coisa abençoada.

Não que o ato tenha mudado: seu estado, a qualidade que você traz para o ato, mudou. Assim, lembre-se: você não está entediado porque atos repetitivos têm de ser feitos. Bem ao contrário, você é que está entediado - eis por que eles parecem repetitivos.

Por exemplo, as crianças querem repetir as coisas. Elas continuam jogando o mesmo
jogo repetidamente.Você fica entediado. O que elas estão fazendo? O mesmo jogo sempre e novamente? Elas continuam pedindo pela mesma história. Elas se divertem com ela repetidamente, e elas dizem: "Conte-me aquela história de novo.".

O que é que há? Você nem pode conceber isso. Parece estúpido. Não é. Elas são tão vivazes que nada é repetitivo para elas. Você está morto e tudo é repetitivo para você. Elas vão repetindo o mesmo jogo. O dia todo elas podem continuar nele e, se você as interromper, elas gritarão, chorarão e resistirão a você, dizendo: "Não destrua nosso jogo!". E você não pode compreender como elas estão fazendo aquilo o dia todo.

Elas têm uma qualidade de consciência diferente. Nada é repetitivo para elas. Elas se divertem tanto que o próprio divertimento muda a qualidade e, então, elas se divertem novamente - e elas se divertem mais ainda, porque agora elas sabem como. Na terceira vez elas se divertirão ainda mais, porque agora elas estão familiarizadas com tudo. Elas não param de se divertir: o divertimento delas vai aumentando. O seu divertimento vai diminuindo

O que é que há? O ato em si é tedioso, ou tem algo errado no seu modo de ser, no seu modo de consciência?

Olhe para isso de um outro ângulo. Dois amantes continuarão repetindo os mesmos atos todos os dias. Eles beijarão e se abraçarão - são os mesmos atos. E eles gostariam de continuar fazendo aquilo ad infinitum. Se você lhes der tempo, eles continuarão repetindo até o fim da vida.

Olhando para dois amantes, você ficará entediado. O que eles estão fazendo? A mesma coisa todo dia!? E se você lhes der o dia todo, eles continuarão se agarrando, se amando, abraçando, beijando. O que eles estão fazendo?

Os amantes se tornaram crianças novamente. Eis por que o amor é tão inocente - ele o faz virar criança novamente. Agora, eles estão se divertindo com o jogo. Eles são novamente crianças. Todo o absurdo da maturidade, eles jogaram fora. Eles estão alisando o corpo um do outro, e para eles nada é repetitivo.

Cada beijo é algo absolutamente novo, único - nunca tinha sido assim antes e nunca será a mesma coisa novamente. Cada momento de amor tem sua própria existência individual, não-repetitiva; eis por que eles continuam se divertindo.

A lei econômica do retorno decrescente não se aplica a isso. Para os amantes, não há nenhuma lei de retorno decrescente; ao invés, o retorno crescente. Eis por que os economistas não compreendem o amor, os matemáticos não compreendem o amor. Todos os que são eficientes em cálculos, não compreendem o amor, porque este é absurdo: ele desafia todas as leis, todas as matemáticas - ele continua crescente.

Quando eu era um aluno e meu professor de economia explicou-nos sobre a lei do retorno decrescente, eu perguntei-lhe sobre o amor: "O que você diz do amor?". Ele ficou perturbado e quando eu disse que exatamente o contrário - a lei do retorno crescente - aplicava-se ao amor, ele me disse: "Saia da sala! Você não pode compreender economia. Esta lei é universal". Eu disse: "Não diga que é universal, porque e quanto ao amor?".

Dois amantes nos parecem estar se repetindo. Para eles, eles não estão se repetindo. Mas para uma prostituta a lei da economia se aplicará, porque para ela, o amor não é amor, é uma mercadoria - algo a ser vendido, algo que pode ser comprado. Assim, se você vai e beija uma prostituta, para ela é um tédio, uma repetição e, um dia, ela dirá: "Isto é um absurdo. Eu fico entediada de ser beijada e de beijar o dia todo - isso é intolerável.". Ela dirá que aquilo é um ato repetitivo.

Eis o que eu quero mostrar-lhes - a diferença. Para um amante, não é repetitivo; para uma prostituta é repetitivo. Assim, realmente, o ato em si não é repetitivo; é a sua qualidade que você leva a ele. Seja o que for que faça, se você amar aquilo, nunca será repetitivo. Se você ama seus feitos, seus atos, não haverá nenhum tédio. Mas você não ama.

Eu falo com vocês todos os dias. Eu posso continuar assim ad infinitum. Eu amo isso. Não é repetitivo para mim. Da eternidade para a eternidade eu posso continuar falando com vocês. Comunicação, comunicar com seu coração, é amor para mim. Não é um ato repetitivo, caso contrário, eu ficaria entediado.

Eu ouvi dizer, que uma criança pequena foi com seu pai e sua mãe à igreja num domingo. No domingo seguinte também, e mais uma outra vez no outro domingo. No terceiro domingo, a criancinha perguntou a seu pai: "O Deus deve estar ficando chateado, porque as mesmas caras todo dia na igreja! Todos os três domingos que viemos aqui - as mesmas caras! O Deus deve estar chateado, vendo todo mundo vindo aqui sempre, sem parar, todo domingo.".

Mas Deus não está chateado. Toda a existência tem se repetido sem parar. A nós, parece repetição, mas, se há um ser, um ser total, alguma coisa como Deus, ele não está chateado. Se ele estiver chateado, não haveria por que continuar. Ele pode parar. Ele pode dizer: "Basta!". Ele pode dizer: "Acabou!" Mas ele não está entediado. Por quê?

Ele ama - seja o que for que esteja acontecendo é seu amor. Ele é um criador, não um trabalhador, não um funcionário. Ele é um criador.

Um Picasso não fica entediado, ele é um criador. Se seu ato se tornar criação, você não ficará entediado. E seu ato se torna criação, se você o ama. Mas a dificuldade básica é que você não pode amar o que for que você faça, porque você se odeia - eis o problema. Assim, seja o que for que você faça, você odeia, porque basicamente você se odeia.

Você ainda não se aceitou, você ainda não agradeceu à existência por sua existência. Não há nenhuma agradecimento a Deus vindo do seu coração. Realmente, você tem um rancor - "Por que você me criou?"

Lá no fundo, você continua perguntando. "Por que eu fui jogado na existência? Qual é o propósito?" Pense: se de repente Deus o encontrasse, qual seria a primeira pergunta que você faria? Você perguntaria: "Por que você me criou? Para sofrer? Para ficar nesta agonia? Para ficar vagando sem nenhuma necessidade por vidas e vidas? Por que você me criou? Responda!".

Você não se aceitou, então, como você pode aceitar seus atos? Ame-se. Aceite-se como você é. Porque a ação é secundária - ela flui do seu ser. Se eu me amo, então, seja o que for que eu faça, eu amo aquilo. E se eu não amo aquilo, eu paro. Qual é a necessidade de continuar?

Mas você não ama, e a fonte é amada; então, os produtos dessa fonte não podem ser amados. Seja o que for que você faça - você pode ser um engenheiro ou pode ser um médico ou um químico ou um cientista - seja o que for que você faça, você trará ódio àquilo. Seu ódio torna aquilo repetitivo. Você odeia aquilo, e você continua encontrando desculpas de por que você está o está fazendo.

Você diz: "Estou fazendo isso pela minha esposa, por meus filhos.". E seu pai estava fazendo aquilo por você, e o pai dele estava fazendo aquilo por ele, e seus filhos farão pelos filhos deles, e ninguém desfrutará a vida.

São truques. Você é simplesmente um covarde. Você não pode fugir daquilo, porque aquilo lhe dá segurança, seguridade, renda, conta bancária. Como você é um covarde, você não pode parar de fazer aquilo e não pode começar a fazer aquilo que ama. Então, você continua pondo tudo sobre os filhos, sua esposa, e eles todos estão fazendo o mesmo.

Pergunte ao filho. Ele está indo para a escola, ele se sente entediado. Ele diz: "Estou fazendo isso por meu pai. Ele fica feliz. Se eu não for, ele fica infeliz.". E sua esposa? - ela está fazendo tudo só por você e pelos filhos. Ninguém está realmente existindo para si mesmo. Ninguém ama a si mesmo o bastante para existir para si mesmo. Então, tudo sai errado. A fonte está envenenada e, então, tudo o que sai dessa fonte está envenenado.

E não pense que se você mudar de trabalho, você amará o novo trabalho. Não, você levará sua qualidade para o novo trabalho também. No começo, ele pode ser uma sensação, algo novo, mas, mais cedo ou mais tarde, você se estabelece e ficará tudo no mesmo.

Mude a si mesmo, ame-se, e ame seja o que for que faça; por menor que seja, não faz
nenhuma diferença. Estou me lembrando de uma história. Quando Abraham Lincoln se tornou presidente, no primeiro dia em que estava inaugurando o senado, alguém que tinha inveja do seu poder, do seu prestígio, do seu sucesso, levantou-se e disse a ele: "Lincoln, não se esqueça de que seu pai era um sapateiro.".

Aquilo era absolutamente irrelevante, absurdo, e o homem que disse isso acrescentou: "Seu pai era um sapateiro, e ele fazia sapatos para minha família. Não se esqueça dele.".

Aquilo era apenas para insultá-lo, e todo o senado riu, porque todos estavam com inveja. Lá no fundo, todos estavam sentindo: "Esta cadeira devia pertencer a mim, e este homem a usurpou.". Naturalmente, quando alguém obtém sucesso, ele obtém de algum modo esperto - só você tem sucesso corretamente.

É assim que nos conformamos com o sucesso dos outros - foi esperteza, por algumas técnicas erradas, de algum modo ele chegou lá. É assim que toleramos a coisa e nos consolamos. Assim, todo o senado riu.

Mas Abraham Lincoln disse algo que é belo. Ele disse: "Foi muito bom o senhor ter me lembrado de meu pai. Eu sei que ele era um sapateiro - mas eu nunca vi sapateiro melhor. Ele era único, ele era um criador, porque ele amava fazer sapatos. E eu não consigo me pensar tão bem-sucedido quanto ele foi, porque eu não amo esta presidência tanto quanto ele amou seu trabalho de fazer sapatos. Ele gostava daquilo, ele era feliz. Eu nunca serei tão feliz nesta presidência como ele foi como um sapateiro.

"Mas por que senhor me lembrou disso neste momento?" - disse Abraham Lincoln. "Eu sei que meu pai fazia sapatos para sua família, mas eles nunca reclamaram; assim, imagino que os sapatos estejam adequados.

Mas como o senhor me lembrou dele neste momento, sem nenhuma relevância, eu sinto que algum sapato possa estar apertando. Eu sou filho dele, eu posso repará-lo.".

Se você se ama, se você ama seu trabalho, você vive num ambiente diferente. Nesse ambiente, nada é repetido. A repetição aparece somente para uma mente entediada. Não diga que você está entediado, por causa dos atos repetitivos. Os atos parecem repetitivos porque você é entediado -, então, seja o que for que faça, parecerá repetitivo.

Mas olhe para a vida - a vida adora repetição. As estações se movem em um círculo. O sol se move num círculo - todo dia, toda manhã, ele surge. E lá vem o verão e lá vem o inverno e lá vêm as chuvas e esse movimento continua. Num modo profundo, toda a existência está se movendo repetitivamente. Parece que a criação é exatamente como uma criança brincando. As árvores não estão entediadas, e o céu não está entediado. O céu nunca diz: "Ora bolas, nuvens de novo?". Durante tantos e tantos milênios, o céu tem visto nuvens - a cada estação chuvosa as nuvens vêm e começam a se mover. Olhe a vida. Ela é repetitiva.

A palavra não é boa; a palavra 'repetitiva' não é boa. Em vez dela, seria melhor dizer que a vida continua jogando o mesmo jogo. Ela desfruta tanto esse jogo, que ela quer repeti-lo novamente. E o jogo vai crescendo - vai se dirigindo a um clímax.

Por que o homem fica entediado com a repetição? Não porque a repetição seja entediante, mas porque você está tão entediado que qualquer coisa acabará sendo um tédio.

Certa vez Sigmund Freud estava fazenmdo perguntas a um paciente; perguntas preliminares básicas que ele costumava fazer antes de começar a psicanálise. Ele perguntou: "Olhe para aquela estante, e diga do que ela o lembra imediatamente?".

O homem olhou para os livros, sem olhar realmente, e disse: "Me lembra uma mulher, uma bela mulher.".

Isso foi bom para Freud, porque estava se encaixando com sua teoria de que tudo é sexual. Então ele pegou seu lenço e disse: "Olhe para isto. Do que ele o lembra imediatamente? O que vem a sua mente?". O homem riu e disse: "Uma linda mulher.'.

Freud estourava de alegria. Realmente, essa era sua teoria - que todo homem está basicamente interessado em sexo e nada mais. O homem pensa em mulher, a mulher pensa em homem, e esse é todo o pensamento.

Assim, ele disse: "Olhe para aquela porta.". Não havia ninguém à porta, não havia ninguém nem na rua. Ele disse: "Olhe, não há ninguém. Esta ausência - o que você sente? Do que ela o lembra imediatamente?".O homem disse: "Uma bela mulher.".

Agora, até Freud ficou um pouco perturbado. Aquele homem esta apenas enganando-o ou não? Então, ele disse: "Parece que é demais. Tudo o faz lembrar uma mulher.".

O homem disse: "Esse não é o ponto. Seja uma estante ou um lenço ou uma porta aberta não importa. Realmente, eu nunca penso em nada, exceto em mulher. Eu nunca penso em nada mais, então, seja o que for que diga é irrelevante. Eu penso só em mulher. Não é que alguma coisa me lembre delas; eu só penso em mulher - não é uma questão de algo me fazer lembrar".

Assim, realmente não é uma questão de que este ou aquele ato o deixe entediado, ou que a repetição, ou a monotonia, ou o trabalho maçante o deixe entediado. A coisa real é que você é entediado, quer faça alguma coisa ou não. Se você estiver simplesmente relaxando numa cadeira, você ficará entediado. Sem fazer nada, você se entediará. Você dirá: "Não há nada a fazer e eu estou entediado. Nada a fazer! Eu fico entediado.".

A semana toda você fica entediado por causa do trabalho maçante, e no fim de semana você fica entediado porque não há nada para fazer. A vida toda você fica entediado por fazer um trabalho repetitivo numa fábrica, num escritório, numa loja. Então, quando você se aposenta, você fica entediado porque agora não há nada a fazer.

Não é uma questão de qualquer outra coisa. Não é algo que está criando tédio em você; você está entediado, e você continua levando seu tédio para tudo que você toca. Você já ouviu falar do Rei Midas - qualquer coisa que ele tocasse virava ouro. Você também é um Rei Midas - qualquer coisa que você toca vira tédio. Você tem toque alquímico: você pode transformar tudo em tédio; tudo, eu disse.

Não pense em se mudar dos empregos, em mudar as ações; pense em mudar a qualidade da sua consciência. Seja mais amoroso com você mesmo. A primeira coisa a se lembrar é: ser mais amoroso consigo mesmo. Os moralistas envenenaram o mundo todo. Eles disseram: "Não se ame. Isso é egoísmo.". Disseram: "Ame os outros, não se ame. O amor a si mesmo é pecado.

E eu lhe digo que isso é absoluto absurdo - e não somente absurdo: é um absurdo perigoso. A menos que você se ame, você não pode amar ninguém, é impossível; porque um homem que não ama a si mesmo não pode amar ninguém. Se você se ama, somente então, você pode transbordar de amor e alcançar alguém.

Um homem que não se amou, odiará a si mesmo e, se você odeia a si mesmo, como pode amar alguém?

Você odiará os outros também. Você só pode fingir. E, quando você não pode amar a si mesmo, como pode esperar que outros o amem? Todo mundo está condenado a seus próprios olhos. Todo o ensinamento moralista lhe dá somente uma coisa: técnicas de autocondenação - de como se condenar, de como você é mau: um criminoso, culpado, um pecador.

O cristianismo diz que o fato de você ser um pecador não é uma questão do que você faz: você já nasceu pecador. Não é uma questão de se você comete algum pecado ou não; não, você já nasceu pecador. O homem nasce em pecado. Adão, o primeiro homem, cometeu o pecado e vocês são descendentes. O pecado foi cometido, nada pode ser feito.

Agora, não pode ser desfeito, e você já nasceu em pecado - o pecado de Adão. Se você já nasceu em pecado, como você pode se amar? Se seu próprio ser é culpado, como você pode se amar? E se você não pode se amar, você não pode amar ninguém. O amor deve acontecer no lar primeiramente - você é o lar - e somente quando ele transbordar é que ele pode alcançar os outros. E quando ele transborda, transborda nos seus atos, em seja o que for que você faça.

Quer você pinte ou faça sapatos, ou qualquer outra coisa - até limpar a rua - seja o que for que você faça, se você estiver em profundo amor, se você estiver em profundo amor consigo mesmo, ele fluirá para tudo que você fizer. Ele flui até quando você não está fazendo nada. Ele não para de fluir, torna-se sua própria existência. E, então, nada mais é tedioso.

As pessoas vêm a mim; às vezes, muito afetuosamente, alguns amigos me perguntam: "O dia todo você fica sentado em uma sala, sem nem olhar pela janela. Você não fica entediado, não?". Eu estou comigo mesmo. Por que eu deveria ficar entediado? Eles dizem: "Sentado sozinho, você não fica entediado?".
Se eu me odeio, ficarei entediado, porque não se pode viver com quem se odeia.

Você fica entediado consigo mesmo. Você não pode ficar sozinho. Mesmo se você ficar sozinho por apenas alguns momentos, você fica inquieto, fica sem lugar, surge um desconforto. Você anseia encontrar alguém, porque você não pode permanecer consigo mesmo. A companhia é tão aborrecida - sua própria companhia. Você não consegue olhar para seu rosto. Você não toca suas mãos amorosamente; não - impossível.

Eles me perguntam - e a pergunta deles é relevante no que se refere a eles mesmos. Como eles ficarão entediados se ficarem sozinhos - eles me perguntam: "Você não sai de vez em quando?". Não há nenhuma necessidade. Às vezes eles me perguntam: "As pessoas vêm a você com o mesmo problema repetidamente.

Você não fica entediado, não?".
Eu nunca fico entediado, porque cada indivíduo é único para mim. E, por causa do indivíduo, o problema que ele traz não é uma repetição, porque o contexto é diferente, o indivíduo é diferente. Você vem com seu problema de amor, um outro vem com o problema de amor dele: ambos parecem iguais, mas não são, porque dois indivíduos são muito diferentes - a diferença deles muda a qualidade do problema.(...)

Nada é uma repetição se você sabe como penetrar, como ser amoroso e alerta. Caso contrário, tudo é repetitivo. Você fica entediado porque você tem uma consciência que cria tédio. Mude a consciência, e não haverá nenhum tédio. Mas você continua mudando os objetos - isso não fará qualquer diferença.".

Osho, The Book of the Secrets, V2 # 64


Fonte: Osho Sukul