sábado, 31 de maio de 2014

A Sabedoria de Mudar a Si Mesmo




Hoje vi uma postagem no facebook que dizia: “Ontem eu era inteligente, queria mudar o mundo. Hoje sou sábio, estou mudando a mim mesmo”. Compartilhei imediatamente por achar que isso traz um ensinamento profundo.






O que a maioria das pessoas fazem é tentar mudar as outras. Isso é, na verdade, uma tentativa de alterar a realidade exterior para ter paz interior. Tenta-se mudar o comportamento e a forma de pensar de outras pessoas que nos incomodam, para que finalmente possamos ser felizes. Esse é um caminho certo para gerar sofrimento para si mesmo.

O mecanismo que acontece é o seguinte. Sempre que alguém se comporta ou deixa de se comportar da maneira que gostaríamos, surge dentro de nós um desconforto. Esse desconforto é simplesmente o nosso julgamento sobre a realidade. É uma reação interna, totalmente nossa.

E pra que possamos ficar em paz novamente, tentamos fazer com que as pessoas mudem. Mesmo quando não falamos nada e não tomamos nenhuma providência pra que isso aconteça, fica o desejo latente no nosso interior.

O resultado desse querer frustrado de alterar a realidade é o sofrimento. Esse sofrimento pode se manifestar em forma de, raiva, impotência, frustração, tristeza e vários outros sentimentos.

A partir daí surge a dependência, o comportamento controlador, a crítica, julgamento, e, em casos mais graves, a agressão verbal e física.

Recentemente conversando com um amigo que é bem mais novo do que eu, ele me falou que ficava incomodado com sua avó quando ela lhe dizia que ele tinha demorado muito no banho, e que deveria ter sido mais rápido. Perguntei então por que isso o incomodava tanto. Ele justificou o incomodo dizendo que não adiantava ela ficar dizendo o que deveria ter acontecido, por que já tinha passado, e não tinha como mudar.

Então falei pra ele: “Na sua visão, ela deveria parar de pensar dessa forma, parar de reclamar. É interessante, você sofre do mesmo mal que ela sofre. Ela quer que você mude e tome banho mais rápido. E você quer que ela mude e pense de forma diferente, que ela aceite o tempo do seu banho ou não expresse a opinião dela. Por isso você sofre. No momento em que você aceitar o que ela pensa, sem julgamento, a opinião dela não fará diferença pra sua paz interior. Os julgamentos da sua avó vão apenas causar desconforto pra ela mesma.”

Uma coisa acontece quando reclamamos, rebatemos e tentamos mudar as outras pessoas: o outro lado resiste. Ou seja, tudo isso acaba contribuindo para mais conflito. Se a reação dele a reclamação da avó fosse totalmente neutra e sem julgamento algum, provavelmente a avó pararia de reclamar. Isso acontece por que os embates alimentam o nosso ego, a nossa sombra.

Quando estamos discutindo ou tentando convencer alguém, o ego se fortalece. Ele tenta subjugar a outra pessoa pra se sentir superior. E a outra pessoa tenta fazer o mesmo com você. É um jogo que acontece de forma inconsciente. Por isso, quando não é criada uma resistência do outro lado, o ego não tem mais com quem disputar; não há mais alimento pra que ele se fortaleça. Assim, o embate acaba.

Talvez você já tenha passado pela experiência de tentar mudar o comportamento através da crítica. E provavelmente você deve ter percebido que não funcionou. Eu conheço um casal que tem 40 anos de casado, e tem comportamentos em que um ainda reclama do outro durante esse tempo todo. Se a crítica fosse uma forma eficiente de promover mudança, os dois teriam moldado perfeitamente o comportamento para se encaixar com o outro.

Tem uma coisa também muito interessante que acontece com quem começa a entrar nesse caminho de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. As vezes a pessoa faz um curso que a leva a ver um monte de comportamentos, crenças e formas de agir que levam ao sofrimento. Fica encantada com tudo isso. E aí, quando sai do curso, começa a mostrar isso pras pessoas, apontando como elas estão julgando e causando sofrimento para elas e pros outros. E isso começa a gerar antipatia. Age como se fosse um professor que aponta as falhas dos outros, ou seja, começa a julgar as pessoas e tentar mudar seus comportamentos.

Ou seja, a pessoa que teoricamente deveria estar agora mais compassiva, menos julgadora, olhando mais para as suas reações internas procurando melhorar a si mesma, começa a desviar desse caminho e passa observar e se incomodar com o comportamento das outras pessoas. Muitos ficam tentando de forma insistente fazer com que os outros façam o curso que ela fez. Isso gera resistência e as pessoas começam a fugir.

Eu confesso que já passei um pouco por esse estágio quando comecei. Hoje a minha “tática” é bem diferente. Na verdade, não há tática nenhuma. Eu apenas procuro ser o melhor que consigo e, através do exemplo, a nossa influencia aumenta muito. Se alguém me pergunta algo sobre essa área, eu falo. Se a pessoa não demonstra interesse, sem problema. Escrever textos como esses e postar no meu blog, no facebook e outros sites é também uma forma de deixar disponível o que eu sei que pode ajudar outras pessoas, deixando-as livre para ler, se elas assim quiserem.

Faz parte da minha missão tocar outras pessoas. Porém, sem qualquer tipo de julgamento ou imposição de qualquer coisa. E já que você chegou até esse ponto do texto, convido você a conhecer a EFT, que é uma técnica que você pode aprender pra se autoaplicar para eliminar rapidamente pensamentos, sentimentos e emoções negativas, julgamentos, crenças limitantes e qualquer coisa que tire a sua paz interior.

Gaste a sua energia, as suas observações e julgamentos para mudar a você mesmo. Sempre que quiser dar um conselho pra alguém ou criticar de alguma forma, observe se você vem seguindo esse conselho na sua vida, ou se vem fazendo ou já fez exatamente o que você tem vontade de criticar no outro. Se você for honesto consigo mesmo certamente encontrará muito o que mudar em você.

. André Lima 



EFT Practitioner, Terapeuta Holístico, Mestre de Reiki e Engenheiro.

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Fonte: EFT - Liberdade Emocional