Viver o presente momento a todo instante parece uma coisa óbvia, mas não é o que acontece com a maioria de nós em boa parte dos momentos. A mente busca o tempo inteiro se ocupar com coisas do passado e do futuro gerando preocupações, tensão e ansiedade.
Observe bem o que são os traumas. Coisas que aconteceram no passado, que não estão mais presentes na vida da pessoa, mas que causam sofrimento e modificam nosso comportamento. Pensar no passado gera sentimentos ruins. E o que são as pré-ocupações? Coisas que ainda não aconteceram, e que as vezes nem vão acontecer mas que geram ansiedade.
Pensar na prova que ainda não aconteceu, na perda do emprego que não ocorreu, no dia difícil que vai ser amanha, na reunião desagradável do trabalho da semana que vem, no futuro pessimista da economia, na possível escassez de recursos futuros, na velhice que não chegou, na doença que não existe ainda, nas possibilidades de fracasso em determinada área, na violência que não houve…
Tudo isso, é viver agora um sofrimento por algo que ainda não existe e que talvez nem se concretize. É Totalmente ilógico se pararmos para raciocinar, mas é assim que a nossa mente funciona. Fica buscando motivos para se preocupar. Sempre que planejamos algo surgem pensamentos que geram ansiedade: e se não der certo? O que vai acontecer? Como vou solucionar? Talvez as pessoas me julguem, talvez isso, talvez aquilo…
Seria bom que a gente pudesse planejar da melhor forma possível, executar da melhor forma possível, e deixar para enfrentar possíveis “problemas” quando eles viessem a ocorrer sem precisar sofrer com ansiedade antecipada. E quando esses “problemas” surgem, se eles forem resolvidos no agora, fazendo tudo que pode ser feito da melhor forma possível sem se preocupar com o que virá depois, também não vão causar sofrimento.
O passado também fica gravado provocando sofrimento no presente. Os clientes que chegam trazem uma bagagem emocional cheia. Em boa parte das vezes, as situações de sofrimento relatadas nem fazem mais parte da vida atual (estão na infância, adolescência, ou meses atrás), mas o sofrimento é sentido no presente (de forma direta pelas lembranças ou pelas influencias no comportamento atual da pessoa), como se ainda fizesse parte da vida da pessoa.
A mente fica aprisionada fora do presente. Quanto mais eu penso sobre esse assunto, mas eu acho curioso o funcionamento da mente. Deveria ser estranho para nós o comportamento de sofrer por coisas do passado ou do futuro. Afinal, só existe o presente, mais precisamente o agora, o eterno exato momento em que vivemos. Ontem não existe mais, amanhã ainda não chegou.
Existem pessoas mais libertas que vivem mais o presente (até certo grau) e outras que são extremamente apegadas ao passado e as preocupações com o futuro. Nem precisa ser um gênio para adivinhar qual desses comportamentos traz mais sofrimento.
Observe o ato de ficar lamuriando do que passou. A pessoa está buscando vivenciar o passado que não existe mais. Remói um fato que não tem como mudar e que já acabou. É a não aceitação do que aconteceu (resistência totalmente inútil que comentei no artigo anterior). É o próprio passado se manifestando, trazendo sofrimento, pela própria vontade (consciente ou inconsciente) da pessoa.
Se nós vivêssemos sempre o momento presente, só haveria algum sofrimento no momento que tivéssemos sentindo uma dor física intensa, sendo torturados, algo dessa natureza. 99,9% da nossa vida não é composta por momentos de ameaça grave. Quando isso ocorre, são eventos isolados normalmente, mas podem deixar marcas por uma vida toda.
Podemos fazer um esforço consciente de viver o presente o tempo inteiro. É um exercício diário focar no agora. Prestar atenção em tudo que se está fazendo no momento, seja lavar louça, ler um livro, trabalhar, praticar exercícios. A mente viaja o tempo todo, aí você percebe e trás de volta pro agora. Ela visita preocupações futuras, momentos do passado, aí você percebe e trás ela de volta para focar no presente. Vale a pena exercitar.
Temos como facilitar esse trabalho, dissolvendo emoções guardadas. Quando aplicamos a EFT para as preocupações com o futuro e para os traumas do passado, vamos perceber que a mente perderá total interesse em visitar os pensamentos e fatos que foram tratados. Quando dissolvemos as emoções negativas associadas, a mente se acalma. A lamuria cessa, o medo do amanhã deixa de ter sentido.
A sensação que muitas pessoas relatam, é que a lembrança negativa tratada com a EFT fica distante, e até difícil de ser recordada em detalhes. Nesse momento, há uma libertação do passado. A pessoa deixa de sofrer pelo que foi. Sendo assim, sem fazer esforço, o indivíduo fica mais no presente. Pelo menos aquela situação tratada não mais será motivo para tirá-la do agora. É preciso então tratar muitas situações e emoções negativas para que o efeito seja mais profundo.
A mesma coisa acontece quando tratamos com EFT os sentimentos associados as preocupações com o futuro. Os pensamentos de medo, as perguntas, questionamentos e suposições que a mente faz perdem a força, se acalmam, deixam de fazer sentido e a pessoa deixa de viver no futuro e fica mais presente.
Quanto Mais limpamos com a EFT a carga emocional guardada que está associada as lembranças do passado e as preocupações e medos do futuro, mais nos libertamos da ilusão de viver passado e futuro. A mente fica cada vez mais serena e presente no agora, o que traz mais concentração, satisfação, capacidade de produzir. Consequentemente a vida vai desdobrando de uma forma mais fácil, fluída e suave, já que você está fazendo tudo que é possível ser feito no agora, ao invés de ficar paralisado pelos sentimentos negativos. Sabemos o quanto o medo, a ansiedade podem impedir, atrasar ou desviar nossas ações, gerando um desdobrar da vida mais complicado.
Excelente Livro recomendado sobre esse tema: “O poder do agora” de Eckhart Tolle
.
André Lima
EFT Practitioner, Terapeuta Holístico, Mestre de Reiki e Engenheiro.
Fonte: EFT - Liberdade Emocional