sábado, 3 de agosto de 2013

O Amor é a Dança da Sua Vida





A vida é uma oportunidade. É o solo no qual as rosas do amor florescem. O amor, em si mesmo, é precioso, não tem nenhum objetivo, não tem significado.






Ele tem imensa importância, imensa alegria, tem um êxtase próprio, mas esses não são significados. O amor não é um negócio no qual objetivos, metas, tenham importância. Existe sempre uma certa loucura no amor. E o que é essa loucura? A loucura é que você não consegue provar por que você ama. Você não consegue provar por que você ama.

Você não pode dar qualquer resposta sensata para o seu amor.Você pode dizer eu faz um determinado, porque precisa de dinheiro; você precisa de dinheiro porque precisa de um casa, porque como você pode viver sem uma casa? Na sua vida comum, tudo tem algum objetivo, mas para o amor não se pode dar qualquer motivo.

Você pode simplesmente dizer: “Eu não sei. Tudo o que eu sei é que amar é experimentar o mais belo espaço dentro de si mesmo”. Mas isso não é um objetivo. Este espaço não é cerebral. Este espaço não pode ser transformado numa utilidade.

Este espaço é, um botão de rosa com uma gota de orvalho em cima, brilhando como uma pérola. E na brisa da manhã, o botão de rosa está dançando ao sol. O amor é a dança da sua vida. Consequentemente, aqueles que não sabem o que é o amor, perderam a própria dança da vida; perderam a oportunidade de cultivar rosas.

Por esta razão, para a mente mundana, para a mente calculista, para a mente computador, para o matemático, o amor parece ser um tipo de loucura. Mas, para aqueles que conhecem o amor, o amor é a única sanidade. Sem amor um homem pode ser rico, saudável, famoso; mas ele não pode ser são de espírito, porque nada sabe a respeito de valores intrínsecos.

A sanidade não é nada além da fragrância de rosas desabrochando em seu coração. Aqueles que amam não precisam de tratamento psiquiátrico. Na realidade, o amor é a maior força curativa da vida. Aqueles que deixaram de vive-lo, permanecem vazios, irrealizados.

A loucura comum não tem métodos, mas a loucura chamada amor tem um certo método. Que método é esse? Ele o faz alegre, torna a vida uma canção, trás uma imensa alegria para você. Você já observou as pessoas? Quando alguém se apaixona, não é preciso que declare isso.

Você pode ver quer em seus olhos surgiu uma nova profundidade. Você pode ver em seu
rosto, uma nova graça, uma nova beleza. Você pode ver no seu andar, uma dança sutil. É a mesma pessoa, toda via não é a mesma pessoa. O amor entrou em sua vida, a primavera chegou em seu ser, as flores desabrocharam em sua alma. O amor traz transformações imediatas.

O homem que não pode amar, tampouco pode ser inteligente; não pode ser gracioso; não pode ser bonito. Sua vida será simplesmente uma tragédia. Todos os ensinadores religiosos tem lhe dito: “Sua vida é fútil porque ela não passa de uma bolha de sabão. Hoje ela existe, amanhã ela se foi. Sua vida neste mundo não tem o menor valor , porque ela é momentânea. Sua única utilidade é se você renunciar a ela. E, ao renunciar à vida, você pode alcançar a virtude aos olhos de Deus.”

Uma estranha ideologia! Mas ela tem dominado a mente humana durante séculos, sem jamais ter sido questionada. Particularmente, no Oriente, o mundo é ilusório. Por que o mundo é ilusório? Porque ele está mudando, e tudo aquilo que muda não tem o menor valor, a menor utilidade.

Apenas o permanente, aquilo que se mantém igual, é significativo. “Busque o permanente, e renuncie o impermanente.” Essa é, de certa forma, a atitude de todas as religiões do mundo. Exceto a mudança, tudo mais muda. A menos que você queira fazer da mudança um deus – porque essa é a única coisa permanente no mundo.

Você não pode encontrar qualquer outra coisa que lhe possa indicar um deus permanente. Ame a vida, porque a vida é uma coisa que muda. É um fluxo, a cada momento. Quando entrou neste auditório, você era uma pessoa; você não será a mesma pessoa. Você apenas parece ser o mesmo.

Nestas duas horas, tanta coisa muda em você, é como Ganges que, em duas horas, esteve levando tanta água, por quilômetros...embora ele pareça ser o mesmo, não é a mesma quantidade de a mesma quantidade de água que existia naquelas duas horas anteriores.

Heráclito diz que a vida é um fluxo, um rio – “E lembre-se, você não pode entrar no mesmo rio duas vezes - porque lê mesmo não será o mesmo.” As pessoas que mais conhecem a respeito da felicidade são aquelas que estão em harmonia com a mutação da vida, que podem até mesmo amar bolhas de sabão brilhando ao sol, criando pequenos arco-íris.

Essas são as pessoas que mais conhecem a felicidade. Seus santos conhecem somente a miséria simplesmente olhe os seus rostos. Parece que a vida desapareceu deles – e eles são fósseis, mortos. Nada muda neles; vivem uma pequena vida de ritual e condenam tudo aquilo que muda.

Por que o prazer é condenado? – porque está sempre mudando. Por que o amor é condenado? – porque está sempre mudando. Por que essas religiões criaram o casamento no lugar do amor?

Porque é possível dar ao casamento, pelo menos, uma permanência ilusória, através de leis, através de convenções, através do medo de perder o respeito, através do medo do que irá acontecer com nossas crianças. Dessa forma conseguiram fazer do casamento algo permanente.

É por isso que todas as velhas religiões são contra o divórcio, porque o divórcio volta a expor o casamento como algo não permanente – ele pode ser mudado.

Por milhares de anos, faziam-se casamentos de crianças pequenas. Até mesmo registros de casos de crianças ainda não nascidas que, estando no útero da mãe, foram casadas. Duas famílias combinam que se uma das crianças for um menino, e a outra, uma menina, então o casamento está arranjado.

Na Índia, até mesmo hoje em dia, é feito o casamento de crianças de sete, oito anos de idade, embora isso seja contra a lei. Mas não vai contra a tradição.

Por que tanta pressa em casar crianças que nem ao menos sabem o significado do amor, nem o que está acontecendo? A razão é fazer com que o casamento aconteça antes delas se tornarem adultas e o amor surgir em seus corações. Assim quando o amor surgir em seus corações elas já terão um marido, e eles uma mulher. É para destruir o amor que o casamento de crianças foi adotado pelo mundo todo.

Não é uma coincidência que o casamento crie mais misérias que qualquer outra coisa no mundo, por que ele destrói a única possibilidade de felicidade: o acontecimento do amor. O coração jamais dança e as pessoas vivem e morrem sem conhecer o amor...

Vendo as bolhas de sabão, vendo as borboletas, vendo os botões de rosas dançando ao vento – é isso que leva o coração as lágrimas e a canção. As lágrimas são de alegria por que a vida é tão viva que nada pode ser permanente – apenas coisas mortas podem ser permanentes...

O seu Deus pode dançar? O seu Deus pode amar? O seu Deus pode correr atrás de borboletas? O seu Deus pode colher flores silvestres e celebrar com lágrimas e canções?
Então, um Deus como esse será verdadeiramente representativo da vida, um Deus como este será a própria vida.

OSHO, em "Vida, Amor e Riso"